Os ataques do Hamas deixaram cerca de 1,2 mil mortos em Israel e, desde então, as ofensivas não cessaram em Gaza – exceto pelo período de trégua de sete daas, quando foi realizada a troca de reféns do Hamas por prisioneiros de Israel . Até este domingo (7), mais de 22,7 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza.
Além do grande número de vítimas, cuja maioria é composta por crianças e mulheres, os ataques israelenses também deixaram mais de 58 mil pessoas feridas na Faixa de Gaza e forçaram o deslocamento de 1,9 milhão de pessoas.
O número de deslocados, estimado pela agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), representa quase 90% de toda a população da Faixa de Gaza. De acordo com a UNRWA, muitas famílias já tiveram que se deslocar diversas vezes desde o início da guerra em busca de segurança.
Abrigos como alvo
Quando os ataques israelenses começaram há três meses, a população palestina foi ordenada a migrar para o sul da Faixa de Gaza onde, teoricamente, seria estabelecida uma zona de segurança. Isso porque, posteriormente, o exército israelense passou a invadir o território de Gaza por terra, começando pelo norte.
Além dessa migração para o sul, os palestinos também deixaram suas casas em todo o enclave em busca de locais mais seguros durante a guerra, como escolas, hospitais e abrigos humanitários.
Segundo a ONU, porém, “nenhum lugar é seguro em Gaza”, já que os bombardeios israelenses atingem também os abrigos humanitários e os hospitais. De acordo com o último relatório da UNRWA, 217 incidentes afetaram os abrigos da agência, incluindo 62 ataques diretos às instalações da entidade. Desde o início da guerra, ao menos 319 deslocados abrigados pela UNRWA foram mortos e outros 1.135 ficaram feridos. 142 funcionários da agência morreram.
“Essas pessoas morreram enquanto buscavam proteção sob a bandeira da ONU. Nos últimos 3 meses, o direito humanitário internacional foi violado demasiadas vezes. As instalações civis, incluindo edifícios da ONU, não devem ser um alvo”, afirmou em comunicado Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA.
Deslocamentos pioram crise
Dos 1,9 milhão de palestinos deslocados na Faixa de Gaza, cerca de 1,4 milhão estão abrigados em 155 instalações da UNRWA. Muitas dessas instalações não são originalmente abrigos, mas sim outras infraestruturas, como escolas, que passaram a receber as famílias que deixaram suas casas.
Além de não terem estruturas adequadas, essas instalações enfrentam superlotação. Palestinos deslocados relatam filas de uma hora só para conseguir ir ao banheiro, por exemplo. Com falta de ajuda humanitária, que não consegue acessar a Faixa de Gaza em quantidades básicas, as condições de higiene, alimentação e disponibilidade de água potável são precárias.
Além do colapso no sistema de saúde por conta do elevado número de pessoas com ferimentos de guerra, Gaza também passou a enfrentar problemas sanitários relacionados às condições precárias enfrentadas pelos palestinos atualmente.
Mesmo antes da guerra, Gaza já era uma região que enfrentava dificuldades. A ONU estima que 60% da população local dependia diariamente de ajuda humanitária internacional.
Com a guerra, Israel impôs um cerco que impede a chegada de energia e de combustível na região, fazendo estações de dessalinização de água, hospitais e outras estruturas básicas pararem de funcionar. A quantidade de alimentos que chega ao enclave também foi drasticamente reduzida, causando fome à população.
Abrigos lotados, higiene comprometida e pouca comida, água e remédios fazem com que Gaza enfrente questões sanitárias graves. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 180 mil pessoas foram diagnosticadas com infecções respiratórias superiores no enclave; há mais de 136 mil casos de diarreia, metade deles entre crianças com menos de cinco anos; há mais de 55 mil casos de piolhos e sarna; e mais de cinco mil casos de catapora.
“Existe um alto risco de surtos de doenças transmissíveis, muitos casos de meningite, erupções cutâneas, catapora e outras doenças, além de taxas alarmantes de infecções respiratórias e diarreia em crianças menores de 5 anos”, alerta da UNRWA.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.