Nos últimos meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado o BC e seu presidente, Roberto Campos Neto, por conta da alta taxa de juros da economia brasileira, mantida em 13,75% ao ano na última semana pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
“Estou muito honrado com a indicação do presidente da República para um cargo tão relevante”, disse Galípolo, acrescentando que tem “boa relação” com Campos Neto. Segundo ele, “todo mundo quer baixar os juros”, mas o “bom relacionamento” no BC não significa que todos vão “pensar igual”.
“Espero que a gente consiga produzir consensos [sobre redução de juros pelo Copom] e caminhar numa lógica que faça mais sentido”, disse Galípolo.
Questionado sobre a possibilidade de estar sendo preparado pelo governo para assumir a presidência do BC nos próximos anos, Galípolo disse querer colaborar com o governo da melhor forma possível. O mandato de Campos Neto na presidência do BC se encerra no fim de 2024.
“Eu não vim para cá para meter nenhum tipo de projeto de carreira pessoal, não faz nenhum sentido para mim. A minha posição sempre foi, tanto com o presidente quanto com o ministro [da Fazenda, Fernando Haddad], que eu estou aqui para tentar colaborar com o projeto. Eu estou à disposição para jogar na posição que eles entenderem que é a mais adequada e que eu possa colaborar melhor”, afirmou Galípolo.
A indicação do governo para a diretoria do BC ainda precisa passar por aprovação no Senado Federal.