O furacão Beryl atingiu o México na manhã desta sexta-feira (5) ao chegar à península de Yucatan, após deixar um rastro de destruição e onze mortos em sua passagem pelo caribe. O serviço meteorológico mexicano classificou o furacão na categoria 2 em uma escala de 5, com ventos de 175km/h e picos de 220 km/h.
A autoridade nacional de proteção civil do México emitiu um alerta vermelho, de perigo máximo, para os estados de Quintana Roo e Yucatan.
O Beryl atingiu uma cidade costeira, a duas horas de Cancún, no estado de Quintana Roo. “Por favor, fiquem em casa”, avisou a governadora Maria Lezama em um vídeo transmitido na noite desta quinta (4).
O último boletim, emitido às 12h GMT pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, com sede em Miami, na Flórida, indica que as rajadas de vento do furacão podem chegar a 160 km/h.
A Coordenação Nacional de Proteção Civil do México declarou, na rede social X, que o Beryl trará “chuvas torrenciais intensas a pontuais, ventos intensos e ondas altas na Península de Yucatán”.
O NHC também advertiu que são esperados ventos com força de furacão, tempestades e ondas altas em Yucatán.
Avisos e evacuações
Centenas de turistas foram evacuados na região e as autoridades pediram às pessoas que se abrigassem em locais mais altos.
A força crescente do vento e da chuva alertou os habitantes de Tulum, que começaram a encher os abrigos, disse à AFP Amairani Och, responsável por um dos abrigos instalados numa escola que já alojava 290 pessoas.
“Depois da passagem da rajada de vento, as pessoas começaram a chegar e estamos tentando recebê-las, porque as outras escolas já estão cheias”, disse Och.
O abrigo também aceita animais de estimação. Lucero Gazcón, uma aposentada de 67 anos, estava grata pela “atenção maravilhosa” do abrigo onde ela e o seu cão puderam se abrigar após deixarem o seu apartamento.
“Eu estava sozinha, é um edifício grande (…), foi assustador. Já fui atingida por terremotos e tremores de terra, mas nunca fui atingida por furacões”, disse Gazcón.
O Beryl é o primeiro furacão da temporada atlântica, que vai do início de junho ao final de novembro, e impressionou os especialistas pela sua intensidade.
Os serviços meteorológicos norte-americanos classificaram-no como categoria 5 durante o seu percurso, o que faz dele o furacão que adquiriu essa força de forma mais precoce durante os registros.
Os cientistas acreditam que as alterações climáticas, que provocam o aumento da temperatura da água, favoreceram as chuvas e aumentam a probabilidade de que se intensifiquem rapidamente.
Deslocamento de emergência
Em uma mensagem na rede social X, o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, pediu à população que se deslocasse para “terrenos mais altos” para evitar riscos.
“Não hesitemos, as coisas materiais podem ser recuperadas. O mais importante é a vida”, acrescentou.
Em Tulum, um município de 47.000 habitantes, o governo ordenou a suspensão das atividades a partir da tarde de quinta-feira. A população protegeu os seus empreendimentos com tábuas de madeira e os supermercados fecharam. O aeroporto suspendeu as operações.
Muitos turistas foram evacuados dos hotéis ao longo da costa e outros tentaram abandonar a zona de impacto de ônibus.
Cerca de 100 voos domésticos e internacionais programados entre quinta e sexta-feira foram cancelados no aeroporto de Cancún, o principal aeroporto das Caraíbas mexicanas.
As forças armadas enviaram cerca de 8.000 agentes para Tulum e anunciaram que contam com mantimentos e 34.000 litros de água purificada para a população.
O Gabinete da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) advertiu em maio que a temporada de furacões se prepara para ser extraordinária, com a possibilidade de quatro a sete furacões de categoria 3 ou superior.