O fundador da empresa OceanGate e uma das vítimas da implosão do submarino Titan, Stockton Rush , cedeu uma entrevista no ano passado contando sobre a construção da capsula. Ele admitiu que a estrutura do submersível não era “convencional”, indo contra as recomendações de mistura de materiais.
“Eu quebrei mesmo algumas regras. Mas acho que as quebrei com lógica e boa engenharia. Tem uma regra que diz para não misturar fibra de carbono e titânio, bom, eu misturei”, disse Rush .
Segundo o cientista marinho Gregory Stone, a atitude de Rush colocou em risco vidas na tentativa de avanço da tecnologia, visando levar estruturas maiores para as profundezas do mar.
O Titan possuía um formato cilíndrico e misturava as estrutura de titânio com fibra de carbono, que é mais barata e leve. Nos 60 anos de expedições que ocorreram aos destroços do Titanic , os submersíveis eram esféricos e feito exclusivamente de titânio, o que diminuía a capacidade interna de tripulantes — no máximo duas pessoas.
Alguns especialistas já alertavam sobre o perigo do Titan em 2018, ano de sua construção. Eles avisaram a OceanGate que o submersível não seguia as normas internacionais de segurança, e que poderia resultar em algo catastrófico. Ao todo, a empresa promoveu 14 expedições ao Titanic com o submarino .
A probabilidade é que a câmara de fibra de carbono não tenha aguentado e cedido após tantas viagens. Mas não se sabe ao certo se esse foi o problema. As autoridades estão focadas em encontrar os destroços da capsula para entender o que levou a implosão.
As buscas ainda passarão por entraves, como a dificuldade de conseguir encontrar os vestígios a 3.800 metros de profundidade e pelo acidente ter ocorrido em águas internacionais, sem a jurisprudência de nenhum governo.
O submarino que desapareceu no domingo com cinco pessoas a bordo sofreu uma “implosão catastrófica”, resultando na morte de todos os ocupantes.