A vereadora Fernanda Costa, filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, pode perder o cargo eletivo na Câmara Municipal de Duque de Caixias, no Rio de Janeiro, além de seus direitos políticos.
A vereadora foi condenada a 4 anos e 10 meses de prisão, por envolvimento na organização criminosa liderada pelo seu pai, líder de uma facção criminosa envolvida no narcotráfico internacional.
Fernanda tem uma cadeira eletiva na Câmara Municipal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
“Operação Epístolas”
A “Operação Epístolas” investigou a atuação criminosa da organização liderada por Fernandinho Beira-Mar e seus familiares. Segundo denúncia do Ministério Público Federal , Fernanda visitava o pai na prisão para tratar de assuntos criminosos, utilizando linguagem codificada para estabelecer comunicação com os integrantes do grupo criminoso e dificultar ações policiais e sua identificação. As ordens eram transmitidas por meio de recados ou bilhetes repassados para um detento da cela ao lado.
Fernanda foi condenada a 4 anos e 10 meses de reclusão em regime semiaberto. A sentença do caso determina que, após o processo transitar em julgado, a Justiça Eleitoral seja informada para fins do disposto no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, que prevê a suspensão dos direitos políticos dos condenados enquanto durarem os efeitos da condenação.
Além de Fernanda, outros seis filhos de Fernandinho Beira-Mar foram condenados por participação na organização criminosa.
Luan Medeiros da Costa, Felipe Alexandre da Costa, Taiuã Vinícius da Costa e Ryan Guilherme Lira da Costa também receberam penas de reclusão em regime semiaberto ou fechado por seus envolvimentos nos negócios ilícitos da família.
A “Operação Epístolas” revelou que mesmo preso em uma penitenciária de segurança máxima em Rondônia, Fernandinho Beira-Mar continuava comandando o tráfico de drogas em 13 comunidades de Duque de Caxias, além de diversificar sua atuação com a venda de gás, internet, caça-níqueis, cigarros e bebidas nas favelas da região.
No total, 35 pessoas foram condenadas pela “Operação Epístolas” em primeira instância, mas ainda cabe recurso.
Fernandinho Beira-Mar, que já tinha 320 anos de prisão por outros crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios, recebeu mais 14 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão pelo envolvimento na organização criminosa.