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MATO GROSSO

Falências e recuperação nacional: expoentes em Direito Comercial são destaque em webinário

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Dois grandes expoentes do cenário nacional foram destaque, na última sexta-feira (9 de fevereiro), do webinário “Aniversário da Lei de Falências e Recuperação Judicial (Lei n. 11.101/2005) – novas perspectivas de doutrinas e jurisprudência”. Promovido pela Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT), a iniciativa contou com apresentações do Professor Doutor Manoel Justino Bezerra Filho, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, e do Professor Doutor Daniel Carnio Costa, atual secretário-geral do Fórum Nacional de Recuperações Empresariais e Falências (Fonaref), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
 
A iniciativa, realizada de maneira virtual, via plataforma Teams, teve início com o juiz Gerardo Humberto Alves da Silva Júnior, que deu as boas-vindas ao desembargador Manoel Justino. O tema abordado pelo magistrado foi ‘O art.57, a reforma da Lei 14.112/2020 e o REsp 2.053.240, de 17.10.2023’.
 
Doutor e mestre em Direito Comercial, especialista em Filosofia do Direito e Teoria Geral do Estado, graduado em Ciências Jurídicas e Sociais, todos pela Universidade de São Paulo (USP); o palestrante inicialmente destacou o pioneirismo mato-grossense em relação ao tema ‘recuperação judicial’, especialmente no agronegócio. Ele elogiou o trabalho desenvolvido pela juíza mato-grossense Anglizey Solivan de Oliveira nesta seara. “Mato Grosso está sendo o condutor do pensamento nacional e a porta de entrada de tudo isso é a vara conduzida pela doutora Anglizey. É a nossa professora do agro e representante do setor que mais está trazendo verbas para o país nesse momento”, destacou.
 
Em sua palestra, Manoel Justino apresentou uma visão geral sobre o artigo 57 e enfatizou o conteúdo do livro “Novas perspectivas do Direito Empresarial”. Ele também fixou posição no sentido de que o fisco não pode requerer falência por débito do constituinte, em outras palavras, não pode ser decretada falência da empresa por questão de existência de débito fiscal. “Sabemos que o fisco tem o sistema de cobrança e não pode usar outros sistemas além daqueles que a lei prevê, não pode se valer de nenhum sistema de coação moral para cobrar o que lhe é devido.”
 
O professor apresentou exemplos de julgamentos para embasar sua posição, citou inconsistências legislativas existentes e forneceu dicas de leitura para melhor embasamento do artigo 57.
 
Na sequência, a juíza Anglizey, que também participou do webinário, apresentou o segundo palestrante, ressaltando que Daniel Carnio deixou recentemente uma longa carreira na magistratura (TJSP) e que, em suas diversas vindas a Mato Grosso nos últimos 10 anos, foi o responsável pela formação de muitos profissionais na área de recuperação judicial.
 
‘O aprimoramento institucional para aplicação da Lei11.101/05 (enunciados do Fonaref)’ foi tema da apresentação do palestrante, que é doutor em direitos difusos e coletivos pela PUC/SP e mestre em Direito.
 
Além de agradecer à Esmagis-MT pelo convite, Daniel também enfatizou a importância da juíza Anglizey na vara de falências no Estado. “Mato Grosso não é estado periférico e quando se trata de recuperação de empresas, do agronegócio, tem se mostrado uma locomotiva. E a presença da juíza Anglizey foi um componente fundamental para que esse crescimento tenha acontecido. Começou como uma juíza e hoje é uma grande influenciadora de doutrinas nessa área”, afirmou Daniel.
 
Em sua palestra, ele abordou o movimento de reformas sob uma perspectiva diferente. “Discutimos as reformas da lei, dos projetos de lei, e esses temas são absolutamente relevantes, mas é apenas uma parte: reforma do marco legislativo. Para além disso, precisamos ter um ambiente institucional propício à aplicação dessa lei (…). De nada adianta termos uma lei maravilhosa se não tivermos administradores judiciais bem treinados. É a conjunção desses fatores que vai fazer com que a gente consiga atingir nossos objetivos”, observou, destacando a importância da capacitação e estruturação do Judiciário, Ministério Público e advocacia.
 
Segundo ele, desde 2018 o país vivencia uma reforma silenciosa do ambiente institucional, que vem sendo reformado e aprimorado paralelamente às reformas legislativas. Ele lembrou temos uma boa lei, mas que é preciso aplicá-la de maneira adequada para extrair seu maior potencial, e que é esse trabalho que o CNJ vem fazendo. “Quero deixar na advocacia um legado de aprimoramento funcional, agora pelas lentes da Ordem dos Advogados do Brasil, que passei a integrar a partir do dia 14 de dezembro de 2023”, acrescentou. “Temos que ter uma boa lei, porque o marco legal é muito importante, mas temos que ter um ambiente institucional igualmente compatível para a boa aplicação dessa lei”, finalizou.
 
 
#ParaTodosVerem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Imagem 1: Fotografia colorida onde aparece uma tela dividida em quatro. No primeiro quadro à esquerda está o juiz Gerardo (homem branco, de cabelos escuros); à direita a juíza Anglizey Solivan (mulher branca, de cabelos pretos e blusa vermelha); na parte inferior esquerda está o desembargador Manoel Justino (um senhor calvo, de óculos de grau e camisa branca) e, na parte inferior à direita, o professor Daniel Carnio (homem branco, de cabelos castanhos e barba, e óculos de grau). Imagem 2: Imagem colorida onde aparece um print de tela do desembargador Manoel Justino, que fala para a câmera. Ao fundo, uma parede com um mapa-múndi e uma estante repleta de livros. Imagem 3: Imagem colorida onde aparece um print de tela do advogado e professor Daniel Carnio, que fala para a câmera. Ao fundo, aparecem paredes brancas.
 
Lígia Saito
Assessoria de Comunicação
Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT)

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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