O Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (MASMT) inaugura no próximo domingo (25.06), às 10h, a exposição Ele é Negro, Ele é Santo, é Bonito, Viva São Benedito. Com obras da artista Rosylene Pinto, a mostra homenageia o santo, que é conhecido como padroeiro dos negros, dos cozinheiros e dos pobres.
Por meio de técnicas tradicionais e contemporâneas de cerâmica, as esculturas representam o santo em diferentes expressões, mostrando a sua presença marcante na cultura brasileira. A história e a diversidade da iconografia de São Benedito são apresentadas em uma coleção de peças esculpidas em cerâmica.
De acordo com Rosylene Pinto, a exposição reflete ainda uma relação pessoal com São Benedito, que dá nome ao seu pai, também devoto do santo.
“Todas as noites, meu pai sentava na cama e rezava antes de dormir, ao lado de uma grutinha de São Benedito. Eu também tenho uma relação muito forte com o santo, morei perto, fiz a primeira comunhão e me casei na igreja de São Benedito, em Cuiabá. Essa mostra é um projeto de devoção, fé e expressão cultural que retomo com muita satisfação”, explica a artista.
Para o coordenador de exposições do MASMT, Marcos Gontijo, a sensibilidade artística de Rosylene, aliada à sua conexão pessoal, traz à exposição uma profundidade e uma autenticidade únicas. “Sua habilidade de dar vida à cerâmica revela-se em cada detalhe das esculturas, capturando a espiritualidade e a devoção que cercam São Benedito”, diz.
Gontijo salienta também a importância da mostra para a reflexão sobre a diversidade étnica e religiosa na construção da identidade nacional.
“A exposição celebra a herança cultural afro-brasileira e destaca a necessidade de valorização e reconhecimento de figuras negras influentes em nossa história. Os visitantes terão a oportunidade de se conectar com a história de São Benedito e aprofundar seu conhecimento sobre a sua relevância na cultura afro-brasileira”, ressalta.
A exposição ‘Ele é Negro, Ele é Santo, é Bonito, Viva São Benedito’ fica em cartaz no Museu de Arte Sacra até 08 de outubro de 2023.
São João no MASMT Equipamento cultural da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), o museu também realiza o São João no MASMT, nesta sexta-feira (23.06), às 18h. Organizado pelo setor educativo do Museu, a festividade ao nascimento do santo católico, celebrado em 24 de junho, terá arraiá, pescaria, quadrilha e barracas com comidas típicas.
O São João no MASMT ocorre no Átrio do Museu, com entrada gratuita, por meio de cadastro prévio pelo link AQUI.
Outras exposições MASMT
Além da mostra temporária sobre São Benedito, o equipamento cultural da Secel conta com exposições permanentes, que incluem o acervo remanescente da antiga Catedral do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, demolida em 1968, a sala do Santo Papa João Paulo II e o ambiente com mobiliários e objetos que pertenceram a Dom Aquino Corrêa.
O Museu está localizado na Praça do Seminário, bairro Dom Aquino, em Cuiabá. A visitação pode ser feita de quarta-feira a domingo, das 9h às 17h. A meia-entrada custa R$ 5 meia e inteira, R$ 10.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.