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BRASIL

Ex-presidente da Costa Rica espera ver presidente negra no Brasil

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A ativista afrofeminista Epsy Campbell (foto) afirmou neste sábado (15) que espera ver uma presidente negra no Brasil. Vice-presidente da Costa Rica de 2018 a 2022 e atualmente presidente do Fórum Permanente de Pessoas de Descendência Africana da Organização das Nações Unidas (ONU), Epsy participou do Festival Latinidades, que ocorre neste sábado (15) no Rio de Janeiro.

“Isso vai ser uma realidade. A questão é quando queremos que isso seja possível, em um período mais breve ou mais longe. Mas o futuro está escrito. Eu espero vir à passagem de poder para a primeira presidenta negra do Brasil”, disse Epsy. “Isso poderá mudar a estrutura de poder e as prioridades”, disse.

Epsy, que também é economista, integrou a mesa de abertura do evento, junto com a senadora mexicana Susana Harp; a embaixadora de Barbados no Brasil, TonikaThompson; e a escritora brasileira Conceição Evaristo.  

Ela foi a primeira chanceler mulher da Costa Rica, em 2018, e a primeira vice-presidente negra da história do país.

“Estou totalmente convencida de que as mulheres mais jovens, e as negras fundamentalmente, vão transformar as estruturas de poder. Temos que trabalhar e começar, coletivamente, a enegrecer e feminizar o poder. Temos que cada vez mais derrubar os limites de identidade que nos impuseram”.

Já Susana Harp falou sobre sua luta para o reconhecimento da população afromexicana em seu país que, segundo ela, ainda está “usando fraldas” quando se trata de combater o racismo. Para Susana, por muitos anos, o México não reconheceu a existência dessa população, tratando-os apenas como mestiços.

Além disso, a historiografia mexicana escondeu heróis como Yanga, negro que lutou pela independência do país no século XVII, e buscou clarear, nas imagens dos livros de história, as peles de outros personagens negros importantes como José María Morelos – um dos líderes da luta pela independência no século XIX, que usava touca para esconder seus cabelos – e Vicente Guerrero, segundo presidente mexicano.

“Na política, queremos equilibrar a participação das pessoas afromexicanas. No Senado da República, há 128 senadores e senadoras. Apenas uma é afrodescendente. Na Câmara de Deputados Federal, são 500 pessoas e só há três deputados e deputadas afrodescendentes.”

Apenas recentemente o quadro começou a mudar e, em 2019, a Constituição mexicana reconheceu os povos e comunidades afromexicanas como parte da composição pluricultural da nação.

Feminismo negro

Rio de Janeiro (RJ), 15/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo, participa do painel Memória e Bem Viver, no Festival Latinidades, no Museu da Amanhã, região portuária do Rio. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 15/07/2023 - A escritora Conceição Evaristo, participa do painel Memória e Bem Viver, no Festival Latinidades, no Museu da Amanhã, região portuária do Rio. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Escritora Conceição Evaristo participa do painel Memória e Bem Viver, no Festival Latinidades, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em sua participação na mesa de abertura, a escritora Conceição Evaristo, autora de livros como Ponciá Vicencio e Olhos d’Água, ressaltou a importância de um feminismo negro.  

“Nós e as mulheres negras que vieram de um estrato popular e que conheceram a experiência de trabalhar em casas de madame sabemos como essas mulheres brancas influíram também na nossa visão sobre os homens negros. Quando, no processo de escravização e assinatura da Lei Áurea, os homens negros perderam o trabalho, e nós mulheres negras continuaram nas fazendas – e isso se transforma depois na empregada doméstica – cria-se um estereótipo do homem negro preguiçoso. Esse estereótipo foi construído através das mulheres brancas, das patroas, perguntando para as empregadas o que os homens delas faziam. E muitas vezes esses homens estavam desempregados”.

A educadora e escritora Helena Theodoro destacou que homens e mulheres negras precisam andar juntos, já que ambos são alvos de discriminação da sociedade.

“Nós precisamos uns dos outros. Já basta a guerra que nossos homens negros recebem da sociedade em geral”, ressaltou. “Homens e mulheres, pela nossa ancestralidade, têm papéis diversos mas estão juntos porque a discriminação é a mesma”.

Criado em 2008, o Festival Latinidades, considerado um dos principais eventos sobre mulheres negras da América Latina, busca desenvolver diálogos sobre o enfrentamento ao racismo e sexismo e promoção da igualdade racial.  

Em sua 16ª edição, este ano o festival começou em Brasília, na semana passada, e passará ainda por São Paulo (dias 21 a 23) e Salvador (dias 29 e 30).

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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