Na corrida presidencial argentina, o candidato Javier Gerardo Milei surpreendeu ao emitir um DNU (Decreto de Necessidade e Urgência) com o intuito de desregular a economia do país, o que gerou críticas por parte do ex-presidente argentino, Alberto Fernandez.
O DNU, que impacta mais de 350 normas na legislação argentina, está programado para entrar em vigor imediatamente após sua publicação no Diário Oficial, prevista para esta quinta-feira (21).
Fernandez expressou preocupação com as possíveis consequências econômicas e sociais do decreto. Por meio de suas redes sociais, o ex-presidente alertou para riscos como a precarização dos sistemas de saúde e trabalho, além de possíveis impactos nos direitos dos cidadãos.
“Nosso país assiste a um evento de extrema gravidade institucional nunca antes visto. O Poder Executivo, num ato de claro abuso de poder, avançou sobre as atribuições exclusivas do Poder Legislativo”, declarou.
“É evidente que o Presidente Javier Milei golpeou o sistema republicano de governo e adotou medidas em detrimento da indústria nacional, dos bens e recursos do Estado e dos direitos dos trabalhadores”, completou.
Constitucionalistas consultados pelo jornal argentino La Nacion levantaram dúvidas sobre a legalidade do DNU, sugerindo que Milei pode ter ultrapassado seus poderes, invadindo as competências do Congresso.
O ex-presidente apelou aos canais legais e institucionais previstos na Constituição Nacional para resolver os problemas enfrentados pelo país.
A controvérsia em torno do decreto emitido por Milei reflete as divergências políticas e econômicas que marcam o cenário argentino, destacando a polarização de opiniões sobre as medidas necessárias para impulsionar a economia e enfrentar os desafios sociais.