Os Estados Unidos e os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) notificaram que suspenderão formalmente sua participação no Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE).
Instituído em 1990, no contexto do fim da Guerra Fria e um ano após a queda do Muro de Berlim, o acordo impunha limites ao acúmulo de recursos militares.
A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal nesta terça-feira (7).
O movimento foi adotado após a saída formal da Rússia do mesmo acordo, e às reclamações ocidentais de longa data segundo as quais Moscou não estaria honrando os termos do tratado.
A suspensão começará a valer em 7 de dezembro.
“A retirada da Rússia é a última de uma série de ações que minam sistematicamente a segurança euroatlântica”, disse, em nota, o órgão de governo da Otan, o Conselho do Atlântico Norte (NAC).
A suspensão da participação histórica, mantida mesmo após o fim do Pacto de Varsóvia e da União Soviética, dará aos Estados Unidos mais flexibilidade no envio de forças para os flancos norte e sul da Otan, incluindo a Romênia e a Bulgária, perto da Ucrânia.
A medida também permitirá que os aliados ocidentais da Ucrânia evitem compartilhar informações sobre o envio das suas forças com nações próximas da Rússia.
“A saída da Rússia é insustentável e requer uma forte resposta por parte da aliança. Não tomar nenhuma medida mandaria a mensagem errada”, disse um dirigente do Departamento de Estado americano.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.