Aviões militares dos Estados Unidos vão sobrevoar a Guiana – especialmente a região de Essequibo – nesta quinta-feira (7), em parceria com a Força Aérea guianesa. O anúncio de Washington representa a primeira reação estadunidense à reivindicação da região de Essequibo, que é controlada pela Guiana (parceiro militar dos EUA desde 2022), por parte da Venezuela.
“Este exercício baseia-se no envolvimento e nas operações de rotina para melhorar a parceria de segurança entre os Estados Unidos e a Guiana e para reforçar a cooperação regional”, declarou a Embaixada dos EUA na Guiana, em comunicado.
Além disso, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, ligou para o presidente guianês, Irfaan Ali, reforçando o apoio dos EUA à Guiana, falando inclusive em debater a “cooperação robusta” dos EUA na área de segurança no país latino.
O conflito por conta da região de Essequibo remonta ainda do século 19, durante o processo de criação da Guiana, que é uma ex-colônia do Reino Unido.
Essequibo corresponde a mais de dois terços da Guiana. Parte do território também faz fronteira com o norte do Brasil (Pará e Roraima).
A Corte Internacional do Tribunal de Haia, órgão judiciário da Organizações das Nações Unidas (ONU), concedeu uma liminar na sexta-feira (1º) determinando que a soberania territorial da Guiana deve ser mantida.
O presidente dos EUA, Joe Biden, enviou militares do alto escalão do Comando Militar do Sul dos EUA à Guiana, para debater estratégias de defesa e a construção de uma base militar em Essequibo.
A interferência dos EUA nesse cenário passou a crescer a partir de 2015, quando a empresa petrolífera estadunidense ExxonMobil passou a explorar a região de Essequibo, onde encontrou diversas reservas que transformando a economia local.
Isso fez com que a Guiana despontasse na exploração de jazidas de petróleo, mudando a economia local. Só no ano passado, a economia do país cresceu 62%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que representa a maior taxa do mundo.
O referendo tinha apenas caráter consultivo, e não significa que a Venezuela esteja autorizada a anexar Essequibo, mas Caracas considera a votação como mais um passo na direção de tomar o controle da região.
Após o resultado, o presidente Nicolás Maduro disse que essa votação “fará o governo “recuperar o que os libertadores nos deixaram”. Ele se referia à reivindicação histórica na Venezuela do território que era originalmente do país e foi ilegalmente anexado pelo Reino Unido, de quem a Guiana é ex-colônia.
Após o referendo, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que “não há o que temer”, enquanto o ministro do Trabalho, Deodat Indar, disse que o governo não vai tolerar invasão ao seu território.
A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Gisela Padovan, afirmou esperar uma “solução pacífica” e disse que o Itamaraty dialoga com ambos os países.
Já o presidente Lula pediu “bom senso” aos envolvidos na disputa, convocou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para debater a situação e confirmou uma viagem à Guiana em 2024. Paralelamente, blindados foram enviados pelo Exército à fronteira brasileira com Essequibo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.