“Chegando no hospital, ela ficou sem pulso. Eu estava dirigindo, peguei no pulso dela e não senti nada. Eu gelei na hora. Minha mãe fez respiração nela, mas não adiantou. Os médicos viram a gravidade e já correram com a maca”, relata Matheus Oliveira, namorado de Thais.
A jovem ficou internada por 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) . Segundo a mãe da jovem, Adriana Medeiros, a filha segue se recuperando na enfermaria da Santa Casa de Anápolis e deve ser transferida para um centro de reabilitação em breve.
Matheus diz também que as pessoas o questionam sobre como ela teve uma reação alérgica a pimenta .
“Tem gente que debocha, fala: ‘- nossa, uma pimenta’. Mas você não escolhe a alergia que você vai ter. Você só vai descobrir quando prova o alimento um faz um exame”, pontuou o namorado, que socorreu Thais de imediato.
No dia 17 de fevereiro, Thais já estava sentindo os sintomas da asma, mas resolveu viajar para a casa do namorado em Anápolis (GO). Naquele dia, ela e a família de Matheus estavam todos na cozinha, quando a mãe do namorado destampou um frasco de pimenta e todos inalaram a especiaria.
Segundo as testemunhas, Thais não chegou a encostar no recipiente para sentir o aroma que desencadeou uma reação alérgica imediata.
“Ela tentando puxar o ar, mas o ar não ia. Era uma agonia”, relembra Matheus em relato ao Fantástico no último domingo (12).
Segundo a Dra. Albertina Varandas Capelo, Coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), especiarias como a pimenta, podem desencadear sintomas cutâneos, gastrointestinais e respiratórios, como coceira no corpo, urticas, placas vermelhas, coceira na boca, dor abdominal, diarreia, náuseas, espirros, coriza, tosse e chiado no peito.
Após cheirar a pimenta, a jovem não conseguiu respirar corretamente. A baixa circulação de oxigênio para o cérebro e coração provocou uma parada cardiorrespiratória.
“Ela sofreu uma lesão irreversível. O cérebro ainda pode ter alguma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais dela, as atividades normais, isso, infelizmente, não”, explica Rubens Dias, médico da UTI em que Thaís estava internada.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.