Em meio aos bombardeios israelenses e à falta de energia elétrica, água e alimentos, os brasileiros na Faixa de Gaza estavam esperançosos em deixar o enclave nesta quarta-feira (8). Nova lista divulgada hoje, no entanto, não contemplou o grupo entre os estrangeiros que estão liberados a deixar o território.
O prazo foi uma promessa do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira , que afirmou na última semana ter recebido a garantia do chanceler de Israel, Eli Cohen, de que os brasileiros seriam liberados de Gaza no máximo nesta quarta.
Procurado pela reportagem, o Itamaraty disse nessa terça-feira (7) que continua negociando com autoridades locais a saída de brasileiros de Gaza, mas que não há qualquer confirmação oficial referente a prazos.
Através das redes sociais, os brasileiros presos em Gaza se dizem esperançosos. “Acabei de receber a notícia de que há grandes chances da gente viajar amanhã”, escreveu nas redes sociais nesta terça-feira Hasan Rabee, um dos brasileiros que aguarda a liberação para deixar Gaza.
Brasil de fora das listas
Desde a última quarta-feira (1º), a Autoridade Geral de Travessias de Gaza vem liberando listas com nomes de estrangeiros que estão autorizados a deixar Gaza. Na última semana, foram cinco listas, que contemplaram mais de 2,9 mil pessoas de 31 países:
Alemanha
Austrália
Áustria
Azerbaijão
Bahrein
Bélgica
Bulgária
Canadá
Chade
Coreia do Sul
Croácia
Estados Unidos
Filipinas
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Indonésia
Itália
Japão
Jordânia
Macedônia do Norte
México
Moldávia
Reino Unido
República Tcheca
Romênia
Sri Lanka
Suíça
Ucrânia
O país que mais conseguiu liberar pessoas da Faixa de Gaza foram os Estados Unidos, que apareceram em quatro listas, contemplando mais de mil cidadãos.
Dos 30 países contemplados pelas listas, 18 ficam na Europa, oito na Ásia, três na América do Norte, um na África e um na Oceania. Até o momento, nenhum país da América Central ou do Sul integrou as listas.
Negociação internacional
Na última sexta-feira, o ministro Mauro Vieira falou por telefone com seu homólogo israelense, Eli Cohen, pedindo a liberação imediata dos brasileiros que estão em Gaza. Esta foi a terceira ligação entre os dois desde o início da guerra e a primeira depois da abertura da passagem de Rafah.
A saída de estrangeiros está sendo liberada pela passagem de Rafah , que liga Gaza ao Egito. Embora a fronteira seja controlada pelas autoridades egípcias, Israel exerce forte influência.
A passagem de Rafah é controlada pelo Egito desde 2007, depois de um acordo com Israel. Na ocasião, o Hamas passou a controlar Gaza, expulsando o grupo palestino Fatah para a Cisjordânia.
Mesmo em períodos nos quais não há conflitos armados em andamento, é muito difícil entrar ou sair de Gaza, assim como qualquer passagem de suprimentos por Rafah precisa da autorização israelense.
Através das redes sociais, a embaixada de Israel no Brasil negou que a seleção dos países contemplados tenha orientação política, privilegiando aliados de Israel, como os Estados Unidos e o Reino Unido.
“O Hamas está atrasando a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e os utiliza de maneira desumana para se apresentarem como vítimas”, disse a embaixada. “O Estado de Israel está fazendo absolutamente tudo que pode e que está ao seu alcance para que todos os estrangeiros deixem a Faixa de Gaza o mais rapidamente possível”, completou.
Brasileiros em Gaza
Um grupo de 34 pessoas será resgatado pelo Brasil, incluindo 24 cidadãos nacionais e 10 palestinos parentes dos brasileiros. O grupo está abrigado nas cidades de Khan Yunis e Rafah, ambas próximos à passagem para o Egito, ao sul da Faixa de Gaza.
O governo brasileiro já contratou veículos para realizar o transporte do grupo assim que o país for contemplado pela lista de migração. Da passagem de Rafah, os brasileiros e seus familiares serão transportados até o aeroporto do Cairo, onde um avião da Presidência da República aguarda para realizar a repatriação.
“O governo brasileiro, por meio do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, mantém permanente contato com os nacionais, aos quais tem provido toda assistência possível, inclusive alojamento em Rafah, itens de primeira necessidade e serviços de telemedicina”, informa o Itamaraty.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.