Professores especialistas na área de arquitetura e urbanismo expressaram preocupação com o Plano de “Preservação” do Conjunto Urbanístico de Brasília ( PPCub ), aprovado recentemente pela Câmara Legislativa do Distrito Federal ( CLDF ). A informação é do Metrópoles .
Para Benny Schvarsberg, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), o plano não atende aos interesses públicos, mas sim aos interesses privados do mercado imobiliário.
Durante uma audiência pública no Senado Federal, realizada na terça-feira (25), Benny lamentou que os deputados favoráveis ao PPCub não tenham lido o parecer técnico dos consultores da CLDF. Ele afirmou que técnicos e movimentos de preservação criticaram diversos pontos do plano, enquanto representantes de construtoras e empresas imobiliárias o celebravam.
“É muito sintomático que, durante o debate e após a aprovação do PLC 41 [PPCub], os setores técnicos, profissionais, movimentos preservacionistas, enfim, a consciência crítica da cidade, se manifestaram de forma contundente e crítica a vários problemas do plano. Por outro lado, é muito sintomático, também, que ele seja celebrado pelos segmentos empresariais, como Sinduscon [Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal] e Ademi [Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal]”, destacou.
Ele ainda ressaltou que o PPCub parece estar mais alinhado aos interesses do mercado imobiliário do que aos interesses públicos. E discordou da secretária adjunta de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal (Seduh), Janaina Vieira, ao afirmar que o plano permite diversas alterações de uso, contrariando a Portaria nº 166 de 2016 do Iphan.
“Este PLC não dialoga de forma complementar e detalhada com a Portaria nº 166 de 2016 produzida pelo Iphan”, completou.
Benny também destacou que a PPCub parece favorecer projetos específicos em vez de um planejamento criterioso. Já Alberto Faria, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (Ceub), defendeu a necessidade de um plano de preservação para Brasília, mas ressaltou a importância de avaliar o PPCub cuidadosamente, especialmente no que diz respeito à mobilidade urbana.
Ainda na mesma esteira. Alberto Faria, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Brasília (Ceub), defendeu um mergulho mais aprofundado sobre alterações no plano de preservação para Brasília.
“A questão da mobilidade do ser humano é um aspecto que eu gostaria de colocar como um ponto de reflexão para que a gente pudesse incorporar à política de preservação do Plano Piloto”, disse.