O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) não está sendo investigado pela Polícia Federal no escândalo das joias de diamantes dadas pelo governo da Arábia Saudita ao Estado brasileiro. A informação foi fornecida nesta terça-feira (14) pelo delegado Adalto Machado.
O responsável pelo processo aberto na Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários explicou que “a investigação corre em sigilo”. Porém, deixou claro que o antigo mandatário do país “não consta como investigado até o momento”. O posicionamento ocorreu após uma petição protocolada na última segunda (13) por Paulo Cunha Bueno, advogado do antigo governante do Brasil.
Cunha Bueno também relatou no documento que Bolsonaro está à disposição para prestar depoimento, caso seja chamado pela Polícia Federal. O advogado também solicitou o acesso aos autos “se confirmando a existência de inquérito policial ou procedimento assemelhado”.
Entenda o caso
Segundo uma reportagem de “O Estado de S. Paulo”, um primeiro pacote de joias, avaliado em R$ 16 milhões da marca Chopard, foram entregues pelo governo da Arábia Saudita para Michelle Bolsonaro, que visitou o país árabe em outubro de 2021. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.
Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes, entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.
Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.