Para entender as causas, os sintomas e os tipos de tratamentos, é preciso saber que há três tipos de cefaleia. Segundo o neurologista Tiago Sowmy, a enxaqueca propriamente dita tem como sintomas principais uma dor forte, pulsátil e intensa que ocupa metade da cabeça.
O paciente pode ter mais sensibilidade à luz, ao barulho ou ao som e turvação visual, podendo chegar a ter náuseas, vômitos, formigamentos e até dificuldade de comunicação e de memória.
Nesses casos, a prática de atividades físicas ou até de atividades cotidianas pode se tornar desconfortável. Geralmente, esse tipo de enxaqueca pode durar de quatro a 72 horas.
A cefaleia tensional é uma dor mais leve e moderada, com característica de um aperto ou de pressão na cabeça, geralmente localizada na parte frontal da cabeça. Sua duração pode ser muito variável, indo de 30 minutos até alguns dias, mas não há uma regra clara.
Já a cefaleia em salvas é mais incomum e representa a dor mais intensa de todas, com sensação de pontadas e até de ardor. Pode acometer só um lado da cabeça e apresenta sintomas como lacrimejamento, vermelhidão no olho e corrimento nasal. Cada episódio pode durar entre 15 minutos e três horas e pode ocorrer várias vezes ao dia.
“Um jeito de diferenciar é verificar a intensidade da dor, onde ela está localizada, se é latejante, se há um aperto e se há outros sintomas associados como a náusea, vômitos e congestão nasal. Outra questão importante para se analisar é a duração da dor e a frequência em que ela acomete o paciente. E a partir disso o médico vai direcionar a conversa e classificar o tipo de dor”, explica Tiago Sowmy.
Causas
O neurologista explica que há diversas causas para a enxaqueca. “Alguns fatores como o histórico familiar aumenta o risco de um paciente ter enxaqueca, além da existência de transtornos de humor, ansiedade e depressão. Fatores de estilo e hábitos de vida e fatores hormonais, como uma gravidez, a menopausa ou o período pré-menstrual, além do uso de anticoncepcional, também podem estar envolvidos” , ressalta.
Entre os fatores ligados ao estilo de vida podem estar a falta de uma alimentação adequada, desidratação, jejum prolongado ou alimentos específicos como álcool, doces, cafeína, temperos e comidas condimentadas.
Entre outros fatores possíveis podem estar a exposição a muitas telas ou a ambientes muito barulhentos ou a exposição a momentos de muito estresse ou carga emocional. Segundo o médico, há pacientes que relatam enxaquecas após atividades físicas muito intensas ou após a privação ou excesso de sono, por exemplo.
Tratamentos
Para tratar das dores causadas pelas enxaquecas, tanto os analgésicos mais comuns, como a aspirina, dipirona e paracetamol, quanto as medicações mais específicas, como os triptanos, são recomendadas. “Também podem ser utilizados os antieméticos para ajudar com as náuseas e vômitos”, afirma o médico.
Já para a prevenção, o especialista indica os beta-bloqueadores, mas, a depender da característica do indivíduo, podem ser usados antidepressivos ou antiepiléticos, além de medicações injetáveis e até mesmo a utilização de toxinas botulínicas.
“Ainda pode haver a indicação de fitoterápicos e de suplementos alimentares”, conclui o neurologista.