As entidades antirracistas, Educafro e o Centro Santos Dias de Direitos Humanos, entraram na última terça-feira (11) com uma ação civil pública contra a empresa Carrefour. Elas pedem a Justiça de São Paulo que seja pago uma indenização por danos morais coletivos de R$ 115 milhões, utilizando como argumento os mais recentes casos de discriminação racial nas dependências da empresa.
Dentre os casos citados, destacam-se o visto na última quinta-feira (06), ao qual o artista Vinicius de Paula afirma ter sido impedido de ser atendido em uma das unidades da empresa, localizada no Alphaville, bairro da capital paulista.
O caso gerou protestos, como em Curitiba (PR), ao qual uma professora negra tirou a roupa nas dependências do supermercado manifestando contra a perseguição de seguranças. A repercussão do caso chegou ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que citou durante uma reunião com ministros na comemoração dos 100 dias de governo. “A gente não vai admitir racismo”, resumiu o presidente.
Além da indenização nos casos, as organizações pedem que seja implementado medidas de educação antirracistas aos colaboradores e gestão da empresa. A inclusão de afrodescendentes no quadro do Conselho de Administração é exigida, e a criação de um comitê integrado por pessoas negras é pedido, para que as discussões acerca de temas relacionados à diversidade sejam realizados.
Segundo a equipe jurídica das organizações, o Carrefour não está cumprindo com as medidas que foram decretadas no caso da morte de Silveira, Eles haviam aceitado negociar um valor de R$ 110 milhões para os fundos de políticas antirracistas.
Na ação, eles ressaltam: “Os graves atos de humilhação e discriminação, de cunho racista, perpetrados reiteradamente pela empresa ré, menos de três anos depois do assassinato sob tortura do cidadão negro João Alberto Freitas por agentes da empresa ré, não vitimaram apenas os cidadãos e consumidores negros. A população brasileira como um todo foi igualmente afetada por referidos atos de racismo em violação a direitos humanos fundamentais”.
Neste mês de setembro , o Dia Mundial do Daltonismo tem o objetivo de esclarecer alguns pontos envolvendo o distúrbio da visão, como os sinais para identificá-lo ainda na infância. De acordo com a oftalmologista Mayra Melo, o diagnóstico é crucial para garantir o suporte adequado no desenvolvimento escolar e social.
O daltonismo é conhecido como discromatopsia, sendo portanto, alteração na percepção das cores que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo.
“Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta Mayra.
É comum também que os pais notem uma certa preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras.
“Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores, o que pode ser erroneamente interpretado como falta de atenção ou interesse”, alerta a especialista.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista, utilizando testes específicos como o de Ishihara, que avalia a percepção das cores. Apesar de não haver cura para a condição, o diagnóstico precoce permite que a criança seja orientada e adaptada para lidar melhor.
“O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma.