Uma em cada 100 crianças é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista , segundo a Organização Mundial da Saúde ( OMS ). Os sinais geralmente são identificados na primeira infância, incluindo falta de interação social, movimentos e palavras repetitivas, reação inadequada a estímulos e atraso na fala.
A neuropsicóloga Thays Stephanie explica que o Fenótipo Ampliado do Autismo, ou Fenótipo Expandido, inclui algumas características semelhantes ao autismo, mas não preenche todos os critérios do DSM-5. Ela ressalta a importância de uma avaliação criteriosa para distinguir sintomas, contexto individual e comportamento.
“Ainda que não haja um diagnóstico completo, os prejuízos funcionais podem persistir, afetando as habilidades sociais, acadêmicas e emocionais”, destacou.
Mas o que é o Fenótipo Ampliado do Autismo ou Fenótipo Expandido? A médica afirma que ao contrário do diagnóstico completo do transtorno do espectro autista, que requer o cumprimento de todos os critérios do DSM-5, o fenótipo ampliado pode incluir apenas algumas dessas características.
Segundo Thays, apesar dos sinais, somente uma boa avaliação com um bom profissional pode distinguir o que é sintoma, o que é do contexto do indivíduo e o que é comportamental, mas é importante lembrar que nem todas essas características fazem com que a pessoa entre e preencha os critérios para diagnóstico de TEA.
Ela complementa que assim como o autismo, há comorbidades frequentemente associadas ao FEA, que incluem ansiedade, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) , entre outros. ]
“Essas comorbidades podem impactar a intervenção ao exigir abordagens terapêuticas adaptadas às necessidades individuais de cada criança”, pontua.
No tratamento do FEA, intervenções comportamentais como ABA e TCC são eficazes, além de estratégias de apoio em casa e um ambiente escolar inclusivo com suporte adequado. Além disso, em casa, os pais podem implementar estratégias de apoio e comunicação clara.
“É essencial um plano educacional individualizado que atenda às necessidades específicas da criança com FEA”, conclui a especialista.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.