Os conflitos na região de Israel e Palestina já se estendem há decadas. A seguir, entenda a situação local, que envolve guerra, política e religião.
O que é o Hamas?
Hamas é a sigla para “Movimento de Resistência Islâmica”, nome do grupo militante islâmico palestino que governa atualmente a Faixa de Gaza. O movimento tem um braço filantrópico, que presta serviços sociais ao povo palestino, um braço político e um braço armado, o mais conhecido dos três.
O Hamas não reconhece Israel como país, e passou a governar a Faixa de Gaza em 2007, após diminuição do poder da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Hamas e Israel já se enfrentaram diversas vezes.
O grupo é classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.
O que está acontecendo?
O ataque de sábado realizado pelo Hamas, que deu início a uma guerra, vem após diversas ofensivas israelenses recentes, escalando o conflito entre Israel e o grupo. Relembre:
Janeiro: israelenses invadem campo de refugiados e matam ao menos 10 palestinos. Palestinos respondem e disparam dois foguetes da Faixa de Gaza contra Israel. Israel realiza ataques aéreos em Gaza.
Maio: com alvo em líderes muçulmanos, israelenses lançam novo ataque aéreo em Gaza, matando três militares e 10 civis. Um conflito armado se estende por dias, matando várias pessoas. Um novo cessar-fogo é estabelecido entre Israel e o grupo palestino Jihad Islâmico.
Junho: Israel realiza ofensiva aérea contra a terceira maior cidade da Cisjordânia, matando ao menos cinco palestinos. Como resposta, o Hamas abre fogo em assentamento israelense, matando ao menos quatro. Ainda em junho, vilas palestinas são alvos de centenas de israelenses, depredando carros e atirando em civis.
Neste final de semana, a disputa recente escalou em proporção com o ataque do Hamas e a declaração de guerra pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Até o momento de publicação desta matéria, já foram registrados mais de 1,2 mil mortos.
Conflito de décadas
Os acontecimentos recentes são reflexo de um conflito entre Israel e Palestina que já dura décadas. A região sempre foi ocupada por judeus e por palestinos, povo etnicamente árabe, de maioria muçulmana, o que gera conflitos sobre território. Confira a cronologia:
1947: a Organização das Nações Unidas (ONU) propõe a criação de dois estados na região, um judeu e um árabe. O estado judeu seria Israel, e o árabe seria a Palestina, composta pela Cisjordânia e pela Faixa de Gaza. A proposta foi aceita pelos judeus, mas rejeitadas pelos palestinos, que alegam terem ficado com as terras com menos recursos.
1948: o estado de Israel é proclamado pelos líderes judeus, dando início à Guerra Árabe-Israelense. Na ocasião, a Faixa de Gaza foi ocupada pelo Egito e novos limites foram demarcados.
1967: acontece a Guerra dos Seis Dias, que mudou completamente a região. Israel tomou à força a Cisjordânia e Jerusalém oriental, antes sob comando da Jordânia, além da Faixa de Gaza, comandada pelos egípcios. Cerca de 500 mil palestinos tiveram que fugir.
1987: acontece a 1ª Intifada, uma revolta espontânea do povo palestino contra as ocupações de Israel.
1993: é criada a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que assume a administração de territórios palestinos. Israel, porém, segue ocupando as regiões. Ao longo dos anos, a ANP perdeu sua legitimidade entre os palestinos por questões como paralisação do processo de paz para o local e acusações de corrupção.
2000: acontece a 2ª Intifada.
2005: Israel desocupa a Faixa de Gaza.
2006: o braço político do Hamas vence o Fatah nas eleições na Faixa de Gaza.
2007: Hamas assume o controle da Faixa de Gaza.
2012: ONU reconhece a Palestina (Faixa de Gaza + Cisjordânia) como um Estado observador não-membro, o que abre caminho para o reconhecimento da Palestina como Estado de direito, o que ainda não aconteceu.
Atualmente, Israel segue incentivando assentamentos em territórios que deveriam ser da Palestina, como a Cisjordânia e Jerusalém oriental. Os conflitos são constantes na região, e o último longo embate foi em 2021, durando 11 dias.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.