A Guerra entre Rússia e Ucrânia tem causado impactos significativos no cenário internacional e, paradoxalmente, favorecido o agronegócio brasileiro. Com a Ucrânia sendo um dos principais produtores de grãos do mundo, a interrupção das exportações e a dificuldade em escoar sua produção têm colocado a segurança alimentar mundial em risco e com isso as atenções do mundo se voltam para o Brasil.
De acordo com dados da última safra, a Ucrânia produziu cerca de 40,7 milhões de toneladas de grãos, mas ainda faltam exportar aproximadamente 26 milhões de toneladas. O único canal de saída para os grãos ucranianos é o porto de Odessa, que foi destruído pelos russos, e a navegação no Mar Negro também está sob controle russo.
Para viabilizar a exportação dos 26 milhões de toneladas de grãos estocados na Ucrânia, seriam necessários cerca de 700 navios, considerando embarcações com capacidade de 30 mil toneladas. Não vão sair de lá. em consequência, a produção agrícola mundial já está enfrentando uma crescente demanda por alimentos, o que torna a segurança alimentar global uma questão extremamente séria.
Nesse contexto, o Brasil desponta como protagonista. O país é um dos principais players do agronegócio mundial e possui um papel crucial na garantia do abastecimento dos mercados internacionais. Com a guerra afetando a disponibilidade de grãos provenientes da Ucrânia, o olhar do mundo se volta para o Brasil, que assume um papel estratégico na supressão da crescente fome em diversas regiões da Europa, Ásia e Oriente.
Neste cenário, o estado de Mato Grosso, se destaca no cenário agrícola mundial, ocupando a terceira colocação como maior produtor de grãos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do próprio Brasil.
Isso nos mostra que o agronegócio brasileiro está passando por transformações significativas que têm um impacto direto na Geopolítica do Brasil e mundial. A crescente consolidação do eixo Brasil-China-Rússia no setor agrícola indica uma tendência de fortalecimento futuro, o que pode gerar desafios nas relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos e a Europa.
No vídeo a seguir, do canal Geopolítica Mundial, você vai entender exatamente como funciona o mercado mundial e como o agronegócio brasileiro já está sendo afetado.
O cooperativismo no Brasil e no mundo exerce um papel cada vez mais relevante, especialmente no contexto agrícola. De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o país conta com mais de 4.500 cooperativas, das quais 71,2% são voltadas à agricultura familiar, um setor essencial para a produção de alimentos.
No âmbito global, existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, representando 12% da população mundial. Esse movimento tem sido destacado como um fator chave para o desenvolvimento social e econômico, especialmente em eventos de grande relevância, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que termina amanhã (22.11) em Baku, Azerbaijão.
De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, existiam em 2023, um total de 4.693 cooperativas no Brasil:
1185 do Setor Agropecuário 235 do Setor de Consumo 728 do Setor de Crédito 284 do Setor de Infraestrutura 720 do Setor de Saúde 655 do Setor de Trabalho, Produção de Bens e Serviços 886 do Setor de Transporte
As cooperativas Agropecuárias possuem mais de 1 milhão de cooperados e representam uma força significativa na produção e comercialização de alimentos e matérias-primas.
O cooperativismo no setor agrícola vai além da produção de alimentos e da geração de lucro. Ele se transforma em uma ferramenta poderosa de desenvolvimento sustentável, proporcionando vantagens econômicas tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.
As 10 maiores e quanto faturaram segundo dados da Forbes Agro100 2023:
COAMO – R$ 26,07 bilhões
C. VALE – R$ 22,44 bilhões
LAR COOPERATIVA – R$ 21,07 bilhões
COMIGO – R$ 15,32 bilhões
COCAMAR – R$ 10,32 bilhões
COOXUPÉ – R$ 10,11 bilhões
COPERCITRUS – R$ 9,03 bilhões
COOPERALFA – R$ 8,41 bilhões
INTEGRADA COOPERATIVAS – R$ 8,32 bilhões
FRÍSIA Agroindustrial – R$ 7,06 bilhões
Matheus Kfouri Marinho, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou em seu discurso na COP29 que a adoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de tecnologias de precisão, gera economia para os produtores e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. Essa visão inovadora evidencia o potencial do cooperativismo como um catalisador de práticas agrícolas mais responsáveis.
A importância do cooperativismo no Brasil é ainda mais evidente, considerando que ele representa mais de um milhão de produtores rurais. Como explicou Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, as cooperativas têm uma presença vital no cotidiano dos brasileiros, sendo responsáveis por metade dos alimentos consumidos no país, desde o café até a carne.
Além disso, as cooperativas facilitam a comunicação direta com o produtor rural, permitindo discussões sobre sustentabilidade e práticas agrícolas mais eficazes. Exemplos como o da Cooxupé, que oferece educação ambiental e muda para a preservação do meio ambiente, e o projeto Gerações, que busca promover melhorias nas propriedades rurais, reforçam o papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e socialmente responsável.