As notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são calculadas de forma diferente de outras provas convencionais, já que elas não são resultado da somatória da quantidade de acertos no exame. No Enem, duas pessoas que acertaram a mesma quantidade de questões, por exemplo, podem ter notas diferentes, já que cada item é avaliado de uma forma diferente.
O Enem utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI) como metodologia de correção das questões objetivas e, consequentemente, para calcular as notas dos candidatos.
O TRI é um conjunto de modelos matemáticos que indica a relação entre três itens principais: a probabilidade de o participante responder uma questão corretamente; o conhecimento dele na área que está sendo avaliada; e as características dos itens.
O cálculo é feito, em cada uma das áreas de conhecimento, a partir de uma escala, que mede o nível de compreensão do candidato daquele assunto. A metodologia considera a particularidade de cada item, ou seja, as notas não dependem da quantidade de questões, mas de como elas são compostas.
O desempenho dos estudantes tem como média os 500 pontos, que seria o meio da ‘régua’. As perguntas que estão abaixo de 500 têm menor nível de dificuldade para a maioria dos estudantes. E as que estão acima de 500, nível maior.
Dessa forma, o sistema considera que, quem acertou as questões mais difíceis, mas errou as consideradas mais fáceis, pode ter “chutado” as respostas. Esse candidato terá, então, uma nota menor do que a de quem acertou o mesmo número de perguntas mais fáceis e errou as mais complicadas.
E a redação?
De acordo com a Cartilha do Participante, que pode ser acessada no site gov.br , o texto será avaliado por ao menos dois professores graduados em Letras ou Linguística, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro.
Na redação, os participantes serão avaliados segundo as competências exigidas no texto:
Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa;
Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Cada um dos avaliadores vai atribuir uma nota entre 0 e 200 para cada uma dessas cinco competências. A soma desses pontos vai compor a nota final de cada avaliador, que pode chegar a 1.000. A nota final da redação do participante será, então, a média aritmética das notas totais dadas pelos dois avaliadores.
Além de seguir os critérios de correção acima, os participantes devem se atentar a alguns pontos que podem fazer com que ele zere a redação. Confira:
fuga total ao tema;
não obediência ao tipo dissertativo-argumentativo;
extensão de até 7 (sete) linhas manuscritas, qualquer que seja o conteúdo, ou extensão de até 10 (dez) linhas escritas no sistema braille;
cópia de texto(s) da Prova de Redação e/ou do Caderno de Questões sem que haja pelo menos 8 linhas de produção própria do participante;
desenhos e outras formas propositais de anulação em qualquer parte da Folha de Redação (incluindo os números das linhas na margem esquerda);
números ou sinais gráficos sem função evidente em qualquer parte do texto ou da Folha de Redação (incluindo os números das linhas na margem esquerda);
parte deliberadamente desconectada do tema proposto;
impropérios e outros termos ofensivos, ainda que façam parte do projeto de texto;
assinatura, nome, iniciais, apelido, codinome ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do participante;
texto predominante ou integralmente escrito em língua estrangeira;
Folha de Redação em branco, mesmo que haja texto escrito nas Folhas de Rascunho;
texto ilegível, que impossibilite sua leitura por dois avaliadores independentes.