Connect with us

MATO GROSSO

Encontro sobre pessoas em situação de rua será realizado amanhã

Publicado

em

Nesta quarta-feira (23 de agosto), das 8h às 12h, será realizado o segundo encontro “Umanizzare – Justiça e Alteridade”. O convidado da Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT) é o professor doutor Juliano Batista dos Santos, que abordará o tema “(In)visibilidade, estereótipo e exclusão vs. Resiliência, Subversão e Caminhar: pessoas em situação de rua – corpos que (r)existem.”
 
“Nesse encontro, nós vamos tratar a relação das pessoas em situação de rua com a cidade. Como que ocorre o processo de exclusão? Ou seja, como que a estrutura está organizada e promove a exclusão. E qual a forma de reação dessas pessoas para resistirem e não serem excluídos”, destaca Juliano dos Santos.
 
Segundo ele, a ideia central é mostrar como ocorre a configuração ou reconfiguração do corpo de uma pessoa que vai viver nas ruas. “Aquela imagem que nós temos, por exemplo, do indigente, aquela imagem é uma imagem extrema. Como evitar chegar naquilo? Como se manter limpo, como se manter asseado, como não ser percebido como pessoa em situação de rua, é possível isso? Então, eu vou falar do corpo caracol, porque você dorme em si, o seu corpo é a sua casa, o seu corpo é a sua proteção. Eu vou falar do corpo suporte, que é essa capacidade de resiliência psicológica diante de tanto sofrimento. Eu vou falar do corpo cabide, que é esse corpo que carrega tantas coisas… Você já viu pessoa em situação de rua carregando um monte de coisa? Então, o que ele carrega? Por que ele carrega? Por que ele tem tanta sacolinha montada em um lugar só? Eu vou falar desses processos todos. Vou falar do corpo dissolvente, que é quando esse corpo começa a adoecer e ganha uma nova imagem. E vou falar do corpo excessivo, que é quando essas pessoas passam a ter, em ambientes públicos, comportamentos de um ambiente privado”, explica.
 
Conforme o professor, a ideia é sensibilizar os magistrados, os operadores do direito e demais participantes sobre a importância de olhar para as pessoas de rua e começar a entender que essas pessoas têm direitos, que precisam ser respeitados. “Eu vou levar histórias de superação em que pessoas saíram da rua e hoje estão bem. Lá vai ter uma surpresa, vai ser uma surpresa para todos, sobre essa questão de superação.”
 
A iniciativa será realizada de maneira híbrida (presencialmente na sede da Esmagis-MT e de maneira on-line). Podem se inscrever magistrados(as), assessores(as), servidores(as), integrantes do Ministério Público, Defensoria Pública, OAB, Tribunal de Contas, estudantes e demais operadores do Direito.
 
 
A diretora-geral da Esmagis-MT, desembargadora Helena Maria Bezerra Ramos, reiterou a importância da iniciativa. “Todos os dias vemos nos noticiários casos que nos chocam, com famílias inteiras fazendo de calçadas e viadutos como seus lares. Muitas vezes tentamos não nos ater a esses problemas, mas não podemos deixar que essa ‘indiferença’ persista”, pontuou.
 
“Somos seres humanos, vivemos em sociedade, e precisamos sim ‘botar o dedo na ferida’ e nos colocar no lugar no próximo. Como poder público, nós temos que lutar contra essa invisibilidade social, que relega muitas dessas pessoas ao absenteísmo estatal e à incompreensão de seres humanos titulares de direitos”, complementou.
 
A abertura contará com a participação da desembargadora Helena Ramos e do coordenador de atividades pedagógicas da Esmagis-MT, juiz Antônio Veloso Peleja Júnior.
 
Currículo – O palestrante é doutor e mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Julianos dos Santos também é especialista em Educação do Campo pelo Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e bacharel e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
 
É professor efetivo de Filosofia no IFMT – Campus Cuiabá e professor do Programa de Pós-Graduação em Ensino – PPGEn IFMT (Mestrado Acadêmico). Criador e coordenador das ações filantrópicas Café Solidário Cuiabá-MT, fundado em 2017. Ativista dos direitos das pessoas em situação de rua, atualmente se dedica à compreensão dos espaços públicos urbanos, mais precisamente a interação entre os transeuntes e a cidade: corpocidade.
 
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail esmagis@tjmt.jus.br ou pelos telefones (65) 3617-3844 / 99943-1576.
 
Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Banner colorido, em tons de marrom e vermelho, com informações sobre o encontro. Na parte superior está a fotografia de um homem com a cabeça abaixada sobre uma mesa e as mãos sobre a cabeça. Abaixo, imagem de drogas variadas. Sobre essas fotografias aparecem o nome, local e data do evento. Abaixo, a programação do encontro, com informações e foto do palestrante Julianos dos Santos. Abaixo o logo do Poder Judiciário e da Esmagis-MT, com e-mail e telefones da referida escola.
 
Lígia Saito
Assessoria de Comunicação
Escola Superior da Magistratura de Mato Grosso (Esmagis-MT)

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

Continue Lendo

MATO GROSSO

Quebrando o silêncio e encorajando: “Se precisar, peça ajuda”

Publicado

em

Por

Falar sobre saúde mental é algo desafiador nos tempos que vivemos, mas precisamos quebrar o silêncio e abordar esse assunto. Quantas pessoas estão, neste momento, passando por agonia, sem saber por onde começar? Muitas questões estão acumuladas no subconsciente, transformando a vida em uma aflição, quando, na verdade, a vida é um presente, uma dádiva.

No Brasil, o mês de setembro passou a ser dedicado a essa discussão a partir de 2015, por diferentes entidades que buscam esclarecer a população sobre o tema, usando a cor amarela. Assim surgiu o “Setembro Amarelo”. No entanto, uma campanha internacional teve início nos Estados Unidos após a trágica morte do jovem norte-americano Mike Emme, que tinha 17 anos. A família e os amigos não perceberam que Mike precisava de ajuda, e ele acabou tirando a própria vida.

Recentemente, a família do jovem norte-americano concedeu uma entrevista a um veículo de comunicação e compartilhou a dor da perda, que nunca tem fim para a família e os amigos. Contudo, ao olharem para a mobilização gerada pela morte do filho e a compaixão em ajudar outras pessoas a enfrentar problemas semelhantes por meio das campanhas, o sentimento de dor se transformou em uma missão de ajudar o próximo.

Histórias como essa estão por toda parte. Como mãe, esposa e atualmente servindo à população como primeira-dama do Estado, tenho a responsabilidade de falar sobre o assunto. Quero encorajar as pessoas a olhar mais para o próximo. Não estou falando de cuidar da vida do outro, mas de tentar perceber sinais que podem estar atormentando aqueles ao nosso lado. Da mesma forma, encorajo as pessoas que estão passando por problemas a encontrar um porto seguro e conversar com alguém; esse é o primeiro passo. Os sintomas do suicídio são silenciosos, e o escape se dá com a depressão, e nem sempre conseguimos identificar esses sinais.

Especialistas alertam que a depressão é uma doença psicológica grave e frequentemente subestimada, que pode levar ao suicídio. Caracterizada por alterações de humor, às vezes uma pessoa que demonstra uma alegria constante pode estar escondendo uma dor; tristeza profunda; baixa autoestima e sensação de falta de perspectiva. A depressão pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, perdas pessoais, desilusão amorosa e abuso de substâncias.

A doença faz com que a pessoa se sinta envergonhada, rejeitada e solitária, e, devido à sua subestimação social, pode levar a pensamentos suicidas como uma forma de escapar das angústias. É crucial buscar acompanhamento profissional para o tratamento da depressão, o qual pode reduzir significativamente o risco de suicídio.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que não está sozinho(a). Pedir ajuda é um ato de coragem. Converse com alguém de confiança, procure um profissional e, se precisar, ligue para o CVV: 188.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, 12,6% dos homens, a cada 100 mil, em comparação com 5,4% das mulheres, a cada 100 mil, morrem devido ao suicídio. A única maneira de ajudar uma pessoa que está com pensamentos suicidas é o apoio de pessoas próximas e profissionais. Se precisar, peça ajuda; esse é o melhor caminho. Nem sempre conseguimos superar nossas fragilidades sozinhos. Além dos familiares e amigos, procure um profissional habilitado. O processo não é fácil, mas, com determinação e fé, a superação é uma questão de tempo.

Quem acompanha meu trabalho sabe que já passei por inúmeros desafios com minha saúde, momentos delicados. A única coisa que eu pensava era como superar algo que não dependia apenas de mim. Todas as doenças que enfrentei e a minha superação diária vão além da minha força de vontade. No meu caso, a fé em Deus, a minha família e a ajuda profissional foram primordiais, pois há momentos em que o corpo e a mente cansam. É nesse momento que precisamos ser humildes o suficiente para dizer: “Sim, eu preciso de ajuda”.

A vida é maravilhosa; a vida é um presente diário. “Se precisar, peça ajuda.”

Virginia Mendes é economista, mãe de três filhos, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo na área social por meio da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF).

Fonte: Governo MT – MT

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora