A Embrapa Pecuária Sul e a Cimabra – Indústria e Comércio de Manufaturados de Fibras firmaram um convênio para desenvolver agromantas – uma espécie de coberta – feitas de lã de carneiro para proteger plantações.
O produto, inicialmente será testado em mudas de oliveiras e de nogueira-pecã, no Rio Grande do Sul .
A parceria visa explorar a utilização de lã ovina menos demandada no mercado, proporcionando um insumo que pode contribuir para o crescimento de árvores frutíferas. A pesquisadora Magda Benavides, da Embrapa Pecuária Sul, destaca que as agromantas podem oferecer benefícios em termos de produtividade, sustentabilidade e redução de custos na atividade agrícola.
A lã de ovelha, especificamente a de finura grossa, é reconhecida por sua capacidade de absorver água da chuva e liberá-la lentamente para as mudas das árvores. O projeto começará testando as agromantas em mudas de oliveiras e nogueira-pecã, espécies amplamente cultivadas no Rio Grande do Sul, mas com potencial de aplicação em outras árvores e na olericultura.
O convênio permitirá testar a viabilidade de produção, comercialização e uso dessas agromantas, analisando seu impacto no desenvolvimento das árvores e sua viabilidade econômica. A pesquisadora destaca que, se o produto for viável, pode proporcionar uma opção de renda para ovinocultores, enfrentando a crise prolongada no mercado de lãs, especialmente as mais grossas, que atualmente não cobrem os custos de retirada dos animais.
As agromantas têm potencial adicional para bloquear a luz solar ao redor das mudas, preservando a umidade e inibindo o crescimento de plantas indesejadas, o que pode resultar na redução do uso de insumos químicos e mão de obra para a capina.
A lã, sendo biodegradável e contendo nutrientes como nitrogênio e enxofre, também pode servir como fertilizante. O projeto, com duração prevista de três anos, incluirá testes desde a elaboração de protótipos até ensaios em campo.