A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas, defendeu nesta terça-feira (2) que é preciso ouvir a Ucrânia sobre a possibilidade de negociações de paz em meio a guerra com a Rússia. A declaração é uma resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) às falas sobre o conflito.
Linda esteve no Brasil para uma reunião com a primeira-dama, Janja da Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A embaixadora voltou a repudiar as falas de Lula, mas lembrou do voto do governo brasileiro contra a Rússia na ONU.
“Nós discutimos essa questão. Expressei, como o governo já ouviu antes, nossa decepção com as declarações que foram feitas. Mas recordo que o Brasil votou consistentemente por resoluções condenando a Rússia no Conselho de Segurança”, afirmou.
Em viagem à China, Lula afirmou que a Ucrânia também é responsável pela guerra e culpou Estados Unidos e a União Europeia pela continuação do conflito. Dias depois, o petista recuou e disse repudiar a invasão russa ao território ucraniano.
Ao ser questionada sobre a proposta de negociação de paz do presidente brasileiro, Linda afirmou ser necessário ouvir todos os lados.
“Incentivamos os países a se envolverem em questões relacionadas à busca de uma solução para a guerra, mas é importante que, ao fazerem isso, se envolvam com a Ucrânia. Não podemos avançar em uma situação que deixa a Ucrânia fora da equação”, disse Linda.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.