O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, evitou críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas admitiu um ‘incômodo’ com o posicionamento ‘em cima do muro’ do Brasil sobre os ataques do Hamas a Israel. Ao iG, Zonshine fez um paralelo entre a ação do grupo palestino com os atos de 8 de janeiro em Brasília, que destruiu prédios públicos e foi visto por autoridades como uma tentativa de golpe de Estado.
O embaixador lembrou que membros do Hamas cometeram outros crimes além das explosões em cidades israelenses. Daniel ainda classificou como ‘impiedoso’ quem pensa que os atos do Hamas não devem ser considerados como terroristas.
“ O governo Lula tem a posição dele e nem sempre aceitamos todas as coisas. Nós, por exemplo, pensamos que matar crianças, atirar na cabeça delas, sequestrar pessoas, estuprar mulheres, isso é impiedoso, é terrorismo.”
“Como disse, temos diferença de opiniões entre Israel e o Itamaraty nesse sentindo, o presidente Lula usou a palavra terrorismo quando falava sobre os atos [de 8 de janeiro]. O Itamaraty tem outra língua [quando o assunto é Israel x Hamas], somos ‘amigos’ com diferença de opinião”, concluiu.
Oficialmente, o Brasil segue a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), que não considera o Hamas uma organização terrorista.
No fim de semana, Lula conversou com o presidente israelense, Isaac Herzog, e pediu cuidado com civis e a criação de um corredor humanitário. Ele ainda agradeceu a ajuda do país na repatriação dos mais de 900 brasileiros que estavam em Israel.
Segundo Daniel Zonshine, a conversa com o Itamaraty está aberta e há repasse de informações recebidas pela Embaixada sobre o conflito às autoridades brasileiras. O embaixador explicou haver contato frequente com o governo para informar a situação dos brasileiros em Israel.
“Com o Itamaraty temos janelas abertas, cada um tem sua posição, cada um tem seus limites e suas questões, mas fizemos uma reunião bem aberta e amigável. E com os parlamentares tentamos contactar um grupo de Brasil e Israel que nos deram muito apoio, muita solidariedade, tem mais solidariedade, não que não tenha do Itamaraty, o Itamaraty também, estamos em contato com todos”, afirmou.
No sábado (14), Lula liderou pela primeira vez uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para tratar do conflito entre israelenses e palestinos. O encontro saiu sem alternativas para a guerra, mas não estão descartadas novas reuniões para tratar do caso.
O embaixador de Israel no Brasil vê com bons olhos a interferência da ONU no conflito e acredita em um apoio massivo da comunidade internacional. Ele relembrou que o maior conflito da história entre os dois países foi provocado pelo Hamas e que Israel apenas responde aos crimes cometidos pelo grupo terrorista.
“Nossa expectativa é que os atos terroristas do Hamas sejam condenados e Israel tenha o direito de defender seus cidadãos, e nos próximos dias e semanas, possa estudar com o conselho de segurança e outras entidades uma solução. Tem que lembrar porquê tudo isso começou: por causa da guerra que o Hamas iniciou. A responsabilidade para tudo que acontecer é deles”, finalizou.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.