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Política Nacional

Em retaliação ao Brasil, Alemanha veta envio de blindado às Filipinas

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Filipinas encomendou 24 blindados Guarani, desenvolvido pelo Exército brasileiro
José Cruz/Agência Brasil – 07.09.2022

Filipinas encomendou 24 blindados Guarani, desenvolvido pelo Exército brasileiro

A Alemanha determinou nesta sexta-feira (24) a suspensão da exportação de blindados brasileiros para as Filipinas. O governo alemão justificou haver componentes do país no veículo e que a venda para o Exército filipino precisava passar pela autorização de Berlim.

O contrato prevê a exportação de 24 blindados brasileiros para as Filipinas, sendo que cinco já estavam prontos para serem entregues. Os veículos, fabricados em Sete Lagoas (MG) em parceria entre o Exército brasileiro e a Iveco, contam com poucas peças alemães, segundo o governo.

No Planalto, a notícia foi recebida com espanto. Interlocutores acreditam que a ação da Alemanha é uma retaliação a decisão do governo brasileiro em manter a neutralidade na Guerra da Ucrânia.

Em encontro em Brasília, o chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu para que o Brasil cedesse R$ 25 milhões em munições para os taques Leopard, que serão enviados à Ucrânia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou o pedido e disse que manterá a imparcialidade no conflito.

O Brasil já adota a imparcialidade tradicionalmente e quer evitar pressão política da China e Rússia caso passe a apoiar os ucranianos. Lula chegou a pedir a criação de um grupo para negociar um cessar-fogo entre os dois países.

Negociação

Interlocutores informaram que o governo brasileiro já prepara uma negociação com os alemães para liberar os veículos para as Filipinas. Se o contrato for suspenso, o Brasil poderá perder US$ 47 milhões.

O Itamaraty quer montar uma ofensiva para convencer o governo alemão de que ação poderá prejudicar os dois países. A ideia é mostrar para os articuladores de Olaf Scholz que o Brasil quer colocar um fim no conflito e não causar mais mortes.

Caso a negociação falhe, o Planalto deverá repatriar os veículos para retirar as peças alemãs e trocar por equipamentos de outra origem. O Exército já informou que não haverá forte impacto em equipamentos de defesa dos blindados, já que a maioria dos materiais são israelenses.

Fonte: IG Política

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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