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Política Nacional

Em encontro, Lula agradece solidariedade do prefeito de Roma

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta quarta-feira (21), em Roma, com o prefeito da cidade, Roberto Gualtieri. O encontro ocorreu no gabinete da prefeitura e teve caráter pessoal, uma vez que Gualtieri foi uma das personalidades internacionais que visitaram Lula durante o período em que o ex-presidente esteve preso em Curitiba, entre 2018 e 2019, no âmbito da Operação Lava Jato. Na época da visita, em julho de 2018, Gualtieri exercia mandato de eurodeputado pelo Partido Democrático Italiano.

“É uma visita de agradecimento, de expressar minha gratidão pela lealdade, solidariedade e pelo comportamento do prefeito Gualtieri quando eu estava detido na Polícia Federal do meu país”, afirmou Lula, em tom emocionado. “Além de amigo, sou um torcedor fervoroso de que ele faça uma extraordinária administração na cidade de Roma”, acrescentou o presidente.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condenações de Lula e ainda julgou o então juiz responsável pelas ações, o agora senador Sérgio Moro (Podemos-PR), como magistrado suspeito, no caso que ficou conhecido como tríplex do Guarujá. Após a revelação de uma série de mensagens, os ministros do STF consideraram que o juiz adotou uma postura parcial e fez conluio com o Ministério Público Federal (MPF) nas investigações contra o petista.

Roberto Gualtieri também se dirigiu a Lula como um amigo e ressaltou o peso internacional da imagem do presidente brasileiro. “Para mim, foi uma verdadeira felicidade esse encontro, encontrar um verdadeiro amigo e ver uma personalidade tão importante para mim, para o governo de Roma e para um desenvolvimento mais justo e social do mundo”, afirmou o prefeito de Roma.

Após o encontro, que terminou por voltas das 20 horas, horário local (15h, pelo horário de Brasília), Lula ainda permanece mais uma noite em Roma. Na quinta-feira (22) pela manhã, às 8h30 (horário de Roma), ele concede entrevista coletiva no hotel em que se está hospedado na capital italiana, para fazer um balanço da agenda na cidade.

Agenda na Itália

Em sua primeira reunião do dia, em Roma, o presidente Lula se encontrou com o ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’Alema. Os dois conversaram sobre a conjuntura política do Brasil e da esquerda europeia e da social-democracia na Europa.

Em seguida, ele teve reunião com a secretária-geral do Partido Democrático Italiano, Elly Schlein, uma das líderes da oposição no parlamento local, de 38 anos. Com ela, Lula falou sobre as conjunturas políticas na Itália e no Brasil e sobre a necessidade de uma maior união entre legendas progressistas pelo mundo.

Na sequência, ele foi recebido pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, no Palácio Quirinale. Os dois conversaram sobre o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, sobre a aproximação entre as universidades e a ampliação do intercâmbio comercial entre os dois países. Brasil e Itália assinaram acordo de Parceria Estratégica em 2007, durante o segundo mandato do presidente Lula. Em 2010, entrou em vigor um plano de ação que destacava 16 áreas-chave de cooperação entre os dois países.

Após o encontro com Mattarella, Lula esteve com o papa Francisco, no Vaticano, onde conversaram sobre soluções para a paz, preservação ambiental e o combate à fome e às desigualdades sociais e econômicas no mundo. “Estamos em tempos de guerra e a paz é muito frágil”, disse Francisco a Lula.

No Vaticano, Lula convidou o Papa a fazer uma nova visita ao Brasil, para assistir à tradicional festa do Círio de Nazaré, em Belém (PA), no mês de outubro. A primeira viagem internacional do pontífice após assumir o cargo, em 2013, foi para o Rio de Janeiro.

Despois da visita ao Vaticano, Lula se reuniu com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no Palácio Chigi. Até a véspera da viagem, o encontro com a chefe de governo do país europeu não estava confirmado e passou a constar na agenda apenas ontem [https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-06/itamaraty-confirma-reuniao-de-lula-com-primeira-ministra-da-italia]. Primeira mulher a ocupar o cargo, Meloni é líder do primeiro governo de extrema-direita no país em décadas.

Lula chegou a Roma na manhã de terça-feira (20) e o primeiro compromisso na capital italiana, ainda ontem, foi com o sociólogo Domenico de Masi, referência internacional em estudos sobre a sociologia do trabalho. Autor do livro Ócio Criativo, de Masi tornou-se famoso pelo conceito segundo o qual o ócio é um fator que estimula a criatividade pessoal. Assim como Roberto Gualtieri, Domenico de Mais também visitou Lula na prisão em Curitiba. No encontro, os dois conversaram sobre o cenário político no Brasil e na Europa.

Cúpula em Paris

Amanhã (22), Lula embarca para Paris. Na capital francesa, ele participa da Cúpula sobre o Novo Pacto Global de Financiamento e terá encontro bilateral com o presidente da França, Emmanuel Macron. Ele também tem encontros bilaterais previstos com líderes da África do Sul e Cuba.

Lula ainda fará o discurso de encerramento do evento Power Our Planet, a convite da banda Coldplay, na noite de quinta-feira (22). O evento será realizado no Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel, e também terá as presenças de líderes do Timor Leste, Barbados, Gana e Quênia, além da prefeita de Paris, Ane Hidalgo.

Fonte: EBC Política Nacional

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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