O papa Francisco recebeu neste sábado (13), no Vaticano, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no primeiro encontro entre os dois desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
A reunião durou cerca de 40 minutos e ocorreu em meio à polêmica sobre a missão de paz anunciada recentemente pela Santa Sé, mas negada tanto por Kiev quanto por Moscou.
“Agradeço por essa visita”, disse o pontífice ao receber Zelensky, apoiado em uma bengala. “É uma grande honra”, respondeu o presidente.
Segundo o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, a conversa girou em torno da “situação humanitária e política provocada pela guerra em curso na Ucrânia”.
“O Papa assegurou sua oração constante, testemunhada pelos seus tantos apelos públicos pela paz, desde fevereiro do ano passado”, declarou Bruni.
Jorge Bergoglio também destacou a “necessidade urgente de gestos de humanidade em relação às pessoas mais frágeis, vítimas inocentes do conflito”.
Zelensky, por sua vez, agradeceu pela “atenção pessoal” de Francisco em relação à “tragédia de milhões” de pessoas em seu país.
“Falei sobre as dezenas de milhares de crianças ucranianas deportadas. Precisamos fazer todos os esforços para fazê-las voltar para casa. Além disso, eu pedi para condenar os crimes da Rússia na Ucrânia porque não pode haver igualdade entre vítima e agressor”, escreveu o presidente no Twitter.
“Também conversei sobre nosso plano de paz como única forma de alcançar uma paz justa. Propus se juntar à sua implantação”, acrescentou.
Francisco ainda presenteou Zelensky com uma pequena escultura que representa um ramo de oliveira, símbolo da paz. Já o presidente deu ao Papa uma imagem da Virgem Maria pintada nos restos de um colete à prova de balas.
Durante a manhã deste sábado, em encontro com embaixadores no Vaticano, o pontífice já havia dito que a guerra na Ucrânia produziu “mortes e sofrimentos indizíveis”.
A gestão Zelensky insiste desde o ano passado para o líder católico visitar Kiev e ver de perto os efeitos da invasão russa, mas Bergoglio já reiterou em diversas ocasiões que só aceitará o convite quando também puder ir a Moscou se reunir com o presidente Vladimir Putin.
Durante sua viagem à Itália, Zelensky também se encontrou com o presidente Sergio Mattarella e a premiê Giorgia Meloni, que garantiram o apoio militar à Ucrânia até que o país obtenha uma “paz justa”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.