No seu discurso inaugural de campanha antes das eleições de março de 2024, o presidente Vladimir Putin assegurou o compromisso de transformar a Rússia em uma “potência soberana”.
“A Rússia será uma potência soberana e autossuficiente ou deixará de existir”, disse Putin aos líderes seniores de seu partido Rússia Unida em um congresso de apoio à sua candidatura.
O líder russo, no poder desde 2000, formalizou sua candidatura para as eleições presidenciais de março em 8 de dezembro. Dadas as circunstâncias de um sistema político onde a oposição tem presença mínima, sua reeleição parece ser uma possibilidade real, permitindo que permaneça no Kremlin até 2030.
Essa eleição ocorre após dois anos de uma ofensiva na Ucrânia, o que resultou em uma série de sanções impostas pelo Ocidente à Rússia. Com 71 anos de idade, Putin enfatizou que a “soberania” será um dos principais focos de seu quinto mandato no Kremlin.
“Só tomaremos decisões por nós mesmos, sem conselhos externos”, insistiu o presidente. “A Rússia não pode, como alguns países, abrir mão de sua soberania por algumas salsichas e se tornar o satélite de alguém.”
Ele ressaltou que as potências ocidentais estão buscando “instigar problemas internos” na Rússia, porém, afirmou que essas estratégias não surtiram efeito. O líder do Kremlin destacou que ainda há “muito a ser realizado em prol dos interesses da Rússia” e mencionou que o país confronta “tarefas históricas”.
Todos os opositores políticos de Putin estão detidos ou vivem no exílio, enquanto Moscou proibiu críticas à sua campanha na Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.