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Em águas profundas

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Em águas profundas
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Em águas profundas

Costumo dizer, concordando com outros autores, que empreender é como se jogar de um penhasco e construir o avião durante a queda. Sim, empreender é aventura, é desbravar o novo e enfrentar o desconhecido. No entanto, nada disso pode ser feito de forma desleixada. Quem tenta empreender sem planejamento e preparo pode acabar como um submarino à deriva no fundo do mar, sem possibilidade de tornar à superfície.

O recente caso do submarino que desapareceu ao levar tripulantes em uma “excursão” aos destroços do Titanic, a 3,8 mil metros de profundidade, no meio do Oceano Atlântico, chama bastante atenção sob diversos aspectos. Com uma viagem que custa 250 mil dólares por passageiro – mais de 1 milhão de reais – e com estoque de oxigênio limitado, era de se esperar que a viagem fosse melhor planejada. Enquanto escrevo este artigo, a embarcação segue desaparecida e sem comunicação. Ora, quem se propõe a levar outras pessoas a um lugar tão inóspito, com tantos riscos, deveria se precaver para diminuir as adversidades. A comunicação com a terra é um dos principais pontos. Sistemas de segurança que auxiliassem o retorno à superfície, também. Parece que nada ou pouco disso foi pensado com detalhes pelos desenvolvedores – a começar pelo controle da embarcação ser feito por um joystick de vídeo game…

A situação, que esperamos se resolva da melhor forma, traz diversos ensinamentos para o mundo do empreendedorismo. Como já dito, empreender é aventura, sim, mas não sem responsabilidade. Para iniciar um projeto, é preciso estudar, adquirir conhecimento, preparar-se e planejar. Todas essas etapas ajudam a diminuir as chances de falha e aumentar o índice de sucesso. Você não conseguirá construir seu avião durante a queda, se não souber como fazê-lo, correto? Este é o ponto. Entrar na aventura apenas pela aventura é puro devaneio, que pode se tornar uma grande frustração.

É grande o número de pretensos empreendedores que se lançam em uma jornada sem o preparo ou o planejamento necessários. Por isso que os índices de mortalidade de empresas são tão grandes nos primeiros anos de atividade. Muitos empreendedores não têm o conhecimento necessário, por exemplo. E aqui não falo apenas em conhecimento acadêmico, mas aquele sobre o mercado, o produto, a concorrência, o público consumidor. Todos esses pontos auxiliam a traçar as melhores estratégias de atuação e a planejar melhor os rumos do negócio.

É claro que o submarino perdido no fundo do mar foi construído com tecnologia moderna. Parece, no entanto, que alguns “detalhes” importantes foram preteridos, principalmente no que concerne à segurança dos viajantes. Resta esperar que a embarcação seja encontrada a tempo e que a lição seja aprendida – pela empresa e por qualquer pessoa que queira empreender: planejamento é essencial para qualquer aventura, sob pena de os intentos serem infrutíferos ou mesmo resultarem em morte (de negócios ou de pessoas).

Fonte: Economia

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Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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