Segundo a Associação de Moradores de Acari, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro, cerca de 20 mil pessoas que habitam a região perderam móveis, eletrodomésticos e documentos durante a enchente provocada após as fortes chuvas desse final de semana.
O número é maior que o divulgado pelo governo do Estado, que estima 15 mil pessoas afetadas pelas chuvas, segundo balanço parcial divulgado nessa terça-feira (16).
O bairro, cercado pelo Rio Acari, sofre com grandes alagamentos há anos, de acordo com moradores. Em fevereiro de 2020, um temporal fez com que a Escola Municipal Érico Veríssimo, localizada no bairro, ficasse debaixo d’água, às vésperas do início do ano letivo. Um vigia perdeu o carro, levado pela enchente.
Em julho de 2023, a Prefeitura do Rio anunciou que a Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro (Rio-Águas) – órgão vinculado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade – havia realizado um serviço de limpeza e desassoreamento no rio.
De acordo com o município, mais de 191 mil toneladas de materiais foram retirados do local, entre a Avenida Pastor Martin Luther King e a estrada João Paulo. Contudo, o projeto inicial, que previa a construção de bolsões para escoar a água e evitar o transbordamento, não se concretizou.
Autoridades vêem descaso histórico
Nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, declarou que “não é natural que em alguns municípios, bairros, periferias e favelas sofram com consequências mais graves da chuva do que outros”, argumentando sobre a estimativa de favelas e periferias sofrerem cerca de quinze vezes mais com as chuvas.
“Isso acontece porque uma parte da cidade, do estado, não tem a mesma condição de moradia, de saneamento, de estrutura urbana do que a outra. Também não é natural que esses lugares tenham ali a maioria da sua população negra. Isso faz parte do que a gente chama e define de racismo ambiental e os seus efeitos nas grandes cidades”, completou.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou que essas catástrofes afetam mais severamente grupos sociais discriminados. “O conceito de racismo ambiental há décadas é objeto de estudos científicos”, afirmou Almeida em publicação nas redes sociais.
“Ele visa a explicar a forma com que as catástrofes ambientais e a mudança climática afetam de forma mais severa grupos sociais política e economicamente discriminados que, por esse motivo, são forçados a viver em condições de risco. Não significa dizer que apenas pessoas destes grupos são afetadas pelos eventos climáticos, mas que as pessoas a que a estes grupos pertencem são mais afetadas, por razões sociais, pelos eventos ambientais”, acrescentou o ministro.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.