As eleições presidenciais na Venezuela acontecem neste domingo (28) e não devem reeleger Nicolás Maduro como presidente, segundo a última pesquisa da ORC Consultores, realizada em julho.
O principal rival de Maduro é Edmundo González Urrutia, que aparece com 59,68% das intenções de voto, enquanto o atual líder venezuelano ocupa o segundo lugar, com 14,64%.
A diferença de 45 pontos percentuais reflete o chavismo perto de perder o Poder Executivo, do qual detém o controle há mais de duas décadas.
A grave crise econômica, a união da oposição apesar dos desafios na inscrição de seus candidatos, além de uma mensagem que promete facilitar a reunificação dos membros dispersos da família venezuelana – com mais de 7,7 milhões de refugiados e migrantes, segundo a ONU – gerou um apoio esmagador contra o governo.
Na pesquisa ORC Consultores, 55,2% das pessoas consideram-se alinhadas com a oposição, em comparação com 11,4% identificadas como apoiadoras do chavismo.
Como funcionam as eleições na Venezuela?
No dia da votação, o eleitor apresenta sua identidade e faz o reconhecimento biométrico por meio da impressão digital. Em seguida, ele se dirige até a urna eletrônica e computa seu voto.
Após a confirmação, o voto é impresso em papel e o eleitor pode conferir se está correto. Por fim, o voto impresso é colocado em uma urna.
Os votos computados eletronicamente são enviados por sistema próprio para uma central que totaliza todos os votos. Depois, uma verificação é realizada, por amostragem, para constatar que os votos da urna eletrônica são os mesmos dos de papel.
Venezuela e o Brasil
Na última semana, a relação entre Venezuela e o Brasil ficou estremecida, após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, criticar o sistema eleitoral brasileiro durante um discurso público nas prévias das eleições presidenciais.
“Nós vamos ganhar de novo. E na Venezuela vai haver democracia, liberdade e paz. Nós temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Temos 16 auditorias. E se faz uma auditoria ‘profunda’, como vocês sabem, em 54% das urnas. Em que outra parte do mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? Não há auditoria no sistema eleitoral. No Brasil, não auditam nenhum boletim de urna. Na Colômbia, não auditam nem uma urna sequer. Na Venezuela, auditamos com profundidade”, disse Maduro durante discurso na pré-eleição.
A declaração ocorreu após o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmar que não gostou de outra fala de Maduro, que afirmou que haveria “banho de sangue” se a oposição vencesse o pleito deste domingo (28).
“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, declarou o presidente brasileiro.
Maduro também respondeu Lula . “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, disse Maduro, sem mencionar Lula. “Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, acrescentou.
O TSE afirmou ainda que as urnas eletrônicas são auditáveis e seguras, além de reiterar que as falas de Maduro são falsas.
“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, afirmou o tribunal, em nota.
“A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, acrescentou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.