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Agronegócio

El niño aumentou pragas e está antecipando o ciclo da soja

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A colheita da soja em 2023 no Brasil aponta para uma quebra significativa na safra, influenciada principalmente pelo El Niño de forte intensidade. Esta situação irreversível foi causada pelo clima irregular durante o plantio e desenvolvimento das lavouras em diversas regiões do país.

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste enfrentaram falta de chuvas e altas temperaturas, enquanto o Sul do país registrou excesso de precipitações. Esta combinação de condições climáticas resultou em uma quebra na safra que já ultrapassa 15,3 milhões de toneladas em todos os estados brasileiros. Esta quebra é mais severa do que a observada na temporada de 2015/16, também afetada pelo El Niño.

Devido ao clima irregular, houve um replantio recorde de 2,9 milhões de hectares e áreas abandonadas foram substituídas por culturas de algodão. No município de Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, os produtores iniciaram a colheita de soja mais cedo do que o previsto, já no final de 2023, em resposta às condições climáticas adversas.

Inicialmente, as expectativas para a safra de soja 23/24 eram altas no Paraná, mas as condições climáticas não favoreceram o desenvolvimento das lavouras. “O ano começou com boas chuvas, mas terminamos com calor intenso e pouca chuva”, explica Douglas Sandrim de Brito, supervisor agronômico da Copagril.

Além do clima, os produtores também enfrentaram uma incidência anormal de pragas, exigindo um manejo intensivo. “Em algumas áreas, foram necessários até cinco manejos contra pragas”, afirma Laércio Strohhaecker, engenheiro agrônomo da Copagril. Segundo ele, produtores rurais do município de Marechal Cândido Rondon, oeste do Paraná, iniciaram a colheita da safra de soja antecipadamente.

O trabalho, que era para ser feito nos primeiros meses de 2024, acabou tendo seu início no final de 2023, marcado pelo fenômeno climático El Niño.

A ferrugem-asiática, considerada a ameaça mais significativa para as plantações de soja, apresenta um cenário preocupante nesta safra, com o aumento precoce de sua incidência na região Sul do Brasil, tanto em lavouras comerciais quanto em plantações voluntárias. Esta condição tem gerado apreensão entre os produtores devido à agressividade da doença, capaz de causar perdas de produtividade de até 70%.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) relata que a produtividade estimada para a safra de soja do Paraná é de 3.744 kg/ha, enquanto no Brasil, a média é de 3.431 kg/ha.

O Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná destaca que a colheita paranaense ocorre ao longo do primeiro trimestre, tendo sido antecipada devido ao clima.

Em Mato Grosso do Sul, a Conab também observa a antecipação da colheita, com uma produtividade esperada de 3.393 kg/ha, em resposta às altas temperaturas e estresses hídricos.

Os extremos climáticos desta safra, causados pelo El Niño, desafiaram os produtores rurais na implantação e manutenção das lavouras. Segundo Alceu Cechelero, produtor de Porto Mendes, Paraná, a colheita não está ruim, mas as condições climáticas instáveis impactaram negativamente a produção de soja na região.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social

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O cooperativismo no Brasil e no mundo exerce um papel cada vez mais relevante, especialmente no contexto agrícola. De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o país conta com mais de 4.500 cooperativas, das quais 71,2% são voltadas à agricultura familiar, um setor essencial para a produção de alimentos.

No âmbito global, existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, representando 12% da população mundial. Esse movimento tem sido destacado como um fator chave para o desenvolvimento social e econômico, especialmente em eventos de grande relevância, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que termina amanhã (22.11) em Baku, Azerbaijão.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, existiam em 2023, um total de 4.693 cooperativas no Brasil:

1185 do Setor Agropecuário
235 do Setor de Consumo
728 do Setor de Crédito
284 do Setor de Infraestrutura
720 do Setor de Saúde
655 do Setor de Trabalho, Produção de Bens e Serviços
886 do Setor de Transporte

As cooperativas Agropecuárias possuem mais de 1 milhão de cooperados e representam uma força significativa na produção e comercialização de alimentos e matérias-primas.

O cooperativismo no setor agrícola vai além da produção de alimentos e da geração de lucro. Ele se transforma em uma ferramenta poderosa de desenvolvimento sustentável, proporcionando vantagens econômicas tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.

As 10 maiores e quanto faturaram segundo dados da Forbes Agro100 2023:

  • COAMO – R$ 26,07 bilhões
  • C. VALE – R$ 22,44 bilhões
  • LAR COOPERATIVA – R$ 21,07 bilhões
  • COMIGO – R$ 15,32 bilhões
  • COCAMAR – R$ 10,32 bilhões
  • COOXUPÉ – R$ 10,11 bilhões
  • COPERCITRUS – R$ 9,03 bilhões
  • COOPERALFA – R$ 8,41 bilhões
  • INTEGRADA COOPERATIVAS – R$ 8,32 bilhões
  • FRÍSIA Agroindustrial – R$ 7,06 bilhões

Matheus Kfouri Marinho, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou em seu discurso na COP29 que a adoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de tecnologias de precisão, gera economia para os produtores e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. Essa visão inovadora evidencia o potencial do cooperativismo como um catalisador de práticas agrícolas mais responsáveis.

A importância do cooperativismo no Brasil é ainda mais evidente, considerando que ele representa mais de um milhão de produtores rurais. Como explicou Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, as cooperativas têm uma presença vital no cotidiano dos brasileiros, sendo responsáveis por metade dos alimentos consumidos no país, desde o café até a carne.

Além disso, as cooperativas facilitam a comunicação direta com o produtor rural, permitindo discussões sobre sustentabilidade e práticas agrícolas mais eficazes. Exemplos como o da Cooxupé, que oferece educação ambiental e muda para a preservação do meio ambiente, e o projeto Gerações, que busca promover melhorias nas propriedades rurais, reforçam o papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e socialmente responsável.

Fonte: Pensar Agro

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