Os brasileiros que aguardam permissão para sair da Faixa de Gaza tiveram mais uma frustração neste domingo (5) após o embaixador junto à Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia, Alessandro Candeas, ter anunciado a suspensão da retirada de estrangeiros para o Egito, afirmando que não haveria a divulgação de “nenhuma lista hoje”.
O Brasil tem 34 pessoas na lista de espera pela repatriação na Faixa de Gaza. Desse total, 24 nasceram no Brasil; sete são palestinas em processo de imigração; e outras três são parentes próximos desses árabes que se preparam para morar no Brasil. Desse grupo, 18 pessoas estão junto à fronteira de Rafah, e 16 na cidade de Khan Yunis, que fica a cerca de 10 km da passagem para o Egito.
Outros estrangeiros também tinham a esperança de deixar a região, castigada por bombardeios vindos de Israel desde o dia 7 de outubro, no que seria a quinta lista de autorização para sair do país.
Sem novas listas, supõe-se que a prioridade será retirar as pessoas que já receberam autorização para partir – pouco mais de 500 por dia – desde a quarta-feira (1º).
Lentidão e dificuldades na repatriação
A tentativa de repatriar os civis é uma corrida contra o tempo e as bombas, visto que Israel continua a atacar Khan Yunis e Rafah pelo ar, apesar de ter emitido comunicados afirmando que a população civil no norte de Gaza teria uma janela de algumas horas para se mudar para as cidades fronteiriças “para sua própria segurança e a de seus entes queridos”. O aviso foi feito por meio do X (antigo Twitter), e não deve ter chegado à maior parte da população na região, que está sem energia e internet.
O acordo vigente para repatriação de estrangeiros na Faixa de Gaza determina que a pessoa que deseja sair da zona de conflito precisa ter seu nome autorizado pelas autoridades do Egito, que receberá os refugiados; por Israel, que teme e quer impedir possibilidade de saída de membros infiltrados do Hamas; e também pelo Qatar (monarquia que tem interlocução com o Hamas) e pelos Estados Unidos, países mediadores do acordo.
Mauro Vieira, chanceler brasileiro, falou com todos os envolvidos durante a crise humanitária. No sábado (4), o assessor internacional do Planalto, o ex-chanceler Celso Amorim, ligou para o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, tentando viabilizar uma solução para o caso.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.