O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) protagonizou um bate-boca com parlamentares governistas após chamar petistas de “larápios” na sessão desta terça-feira (7). Na tribuna da Câmara dos Deputados, o parlamentar citou o Mensalão e disse que quando “não estão roubando, estão mentindo”.
Segundo o deputado, os petistas acusam seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de ter envolvimento com os ataques de 8 de janeiro. Na época, golpistas bolsonaristas invadiram os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
“Para quem fez ‘mensalão’, para quem fez ‘petrolão’ e coisa muito pior, isso aqui o pessoal do PT deve até estar achando tranquilo. Eles dizem que o Bolsonaro tem envolvimento com os atos de 8 de janeiro, mas não assinam a CPMI. Não dá para acreditar, não dá para levar a sério uma quadrilha dessa. O que nós queremos é a verdade, para não permitir que esses larápios aqui da esquerda, que me olham agora, venham aqui fazer narrativa para enganar você do povo que não sabe como a banda toca aqui”, afirmou.
Eduardo Bolsonaro ainda defendeu as investigações sobre os ataques antidemocráticos e voltou a acusar, sem provas, a participação de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas manifestações.
O parlamentar citou o suspeito de quebrar o relógio doada à Dom João VI e acusou o homem de ser petista. O acusador, porém, usava uma camisa com o rosto de Bolsonaro estampado, além de ter publicações nas redes sociais alinhados aos discursos do ex-presidente.
As falas de Eduardo Bolsonaro causaram um bate-boca entre o parlamentar e deputados governistas. Um dos congressistas pediu para que o presidente da sessão, deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP), fechasse o microfone de Bolsonaro. O pedido foi prontamente atendido.
Proibição de ofensas
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), baixou um ofício na última semana proibindo ofensas a Lula e Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados. Essa é uma tentativa de evitar discussões entre os parlamentares.
Lira ainda vê que a medida evita crises com o Planalto, já que a maioria do Congresso é da oposição e há possibilidade de as críticas contra Lula serem mais contundentes. A manobra também é vista como uma sinalização de que a presidência da Câmara está no apoio do Planalto.