Mas, afinal, o que são os dividendos da Petrobras, como funcionam os pagamentos e quem pode recebê-los?
Os dividendos de uma empresa são a parcela do lucro que a companhia divide com seus acionistas. No caso da Petrobras, existe uma regra de que a estatal precisa distribuir ao menos 25% do seu lucro líquido – o que pode mudar em breve, já que a diretoria da estatal vai discutir a Política de Remuneração aos Acionistas até o final de julho.
Trimestralmente, a Petrobras divulga seus lucros e, consequentemente, o valor que será distribuído aos acionistas. Na última semana, a estatal anunciou o pagamento de R$ 24 bilhões em dividendos referentes ao primeiro trimestre deste ano. O valor será pago entre agosto e setembro.
Como funciona o pagamento de dividendos da Petrobras?
Dessa vez, os acionistas receberão R$ 1,893577 por ação ordinária ou preferencial. Se uma pessoa tem R$ 5 mil investidos em ações ordinárias da Petrobras (PETR3), por exemplo, ela tem cerca de 172 ações (considerando o valor de R$ 29,03 por ação, cotado na tarde desta quinta-feira). Na hora de receber os dividendos, portanto, ela receberá cerca de R$ 325 (R$ 1,893577 multiplicado por 172).
Têm direito a receber os dividendos qualquer investidor que tenha ações da Petrobras, tanto ordinárias (PETR3) quando preferenciais (PETR4), desde que elas tenham sido adquiridas até a data limite estabelecida no momento da divulgação dos valores, como explica Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos.
Por exemplo, os dividendos anunciados na última semana só serão pagos para quem adquirir ações da empresa até 12 de junho deste ano. Já o valor pago nesta sexta-feira (19), referente a dividendos do ano passado, só será enviado para quem tinha ações da empresa compradas antes de 27 de abril. A cada trimestre, novos dividendos são calculados.
Nova política de preços interfere no valor dos dividendos?
Como os dividendos dependem diretamente do quanto a empresa lucra, a nova política de preços da Petrobras pode afetar o valor pago aos acionistas. Felipe afirma que a nova política da estatal faz com que ela volte a “ter mais uma função social de proteção do preço do petróleo no mercado doméstico”.
“Isso pode também impactar o lucro final do trimestre da empresa, porque as vezes a empresa estaria subsidiando o preço do petróleo no mercado doméstico enquanto ela poderia ganhar mais com essa venda, então acaba que ela abre mão de parte do lucro para manter o preço um pouco mais barato”, explica o especialista.
Essa estratégia pode afetar o lucro da estatal tanto negativamente quanto positivamente, caso as vendas aumentem, por exemplo. De toda forma, “a política de preços impacta o lucro da empresa e, consequentemente, a distribuição de dividendos para os acionistas da empresa”, afirma Felipe.