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Economia

Diretor da Petrobras aponta volatilidade no mercado de combustíveis

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A Petrobras está acompanhando os desdobramentos do conflito entre Israel e o grupo Hamas. Enquanto o conflito permanecer como está hoje, os impactos serão menores para o mercado, afirmou, nesta sexta-feira (10), o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da empresa, Claudio Schlosser.

Caso o conflito se agrave, entretanto, pode haver impacto, principalmente na oferta de petróleo na região. “Nós importamos petróleo da Arábia Saudita, que atende a uma demanda para produção de lubrificantes na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), mas nós, até o momento, não identificamos nenhum tipo de alteração no fluxo desse petróleo para suprimento”, disse Schlosser, em entrevista à imprensa.

Sobre o diesel russo, Schlosser informou que a Petrobras está sempre monitorando, porque é uma das alternativas do mercado. Os indicadores têm apontado redução dos descontos do diesel russo que ocorreram no início do ano, porque o país anunciou que incluiria os derivados a serem exportados no pacote de cortes. “O pacote de cortes era restrito ao petróleo russo, e eles fizeram essa abrangência com relação aos derivados também, de forma a uma atuação da Opep+”. Ele disse que, por isso, a vinda do diesel russo depende de uma série de fatores, da liberação para exportação e do nível de preços que o produto vem apresentando no mercado.

A Opep+ é um grupo de 23 países produtores e exportadores de petróleo que se reúne regularmente para decidir quanto óleo bruto vender no mercado mundial. No centro desse grupo, estão os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que são, principalmente, países do Oriente Médio e da África.

Diesel e gasolina

Sobre o consumo do diesel e da gasolina, Schlosser destacou que a dinâmica do terceiro para o quarto trimestre deste ano é diferente nos dois casos. Em outubro, ocorre um pico no diesel em função da atividade agrícola muito forte, pela safra de grãos e plantio. Também conta a parte industrial para consumo no fim do ano. “Há um crescente do diesel. Passada essa fase, começa a haver decréscimo do consumo. Isso já é um ciclo que acontece a todo ano e bem é conhecido nosso.”

Quanto à gasolina, Schlosser citou fatores como a entrada do 13º salário e o começo do período de férias e disse que a tendência é de aumento do consumo. “Acaba atingindo um pico sazonal em dezembro, que se mantém um pouco mais elevado em janeiro e fevereiro, impulsionado por férias. Esta é a dinâmica do final do ano.”

Perguntado se a redução do preço do petróleo no exterior e a queda do dólar poderiam levar a novas quedas de preço dos combustíveis, o diretor da Petrobras reforçou que um dos valores centrais da atuação comercial da empresa é “mitigar a volatilidade no mercado internacional das cotações e da taxa de câmbio, e não transferir essa precificação para o mercado brasileiro”.

Volatilidade

Segundo Schlosser, há grande volatilidade no mercado atualmente. “Nós temos dados da economia chinesa com enfraquecimento, que tem atuação sobre a demanda de energia. Por outro lado, os conflitos que mencionamos também afetam a demanda por derivados e podem ter implicação na oferta desses produtos, além de cortes da Opep+ no fornecimento de petróleo”. Schlosser lembrou ainda a incorporação de restrições dos derivados da Rússia, com oferta menor desses produtos. “Então, o balanço entre oferta e demanda está muito volátil no momento.”

Especificamente sobre a gasolina, Schlosser mencionou o fim de uma demanda global forte, principalmente no Hemisfério Norte, que tem tendência à redução. De acordo com ele, isso permitiu que, em outubro, fosse reduzido o preço da gasolina. “No momento, estamos em uma grande volatilidade, acompanhamos todos os movimentos.” Caso se consolide um novo patamar, seja da gasolina ou do diesel, serão feitos os ajustes necessários e suficientes para manter esse equilíbrio. “Mas, por questões concorrenciais, não podemos antecipar qualquer tipo de movimento na alteração desses produtos.”

O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras informou que a companhia procura capturar a otimização dos ativos de logística e de refino e avalia as oportunidades de importação de derivados, com o objetivo de obter o melhor resultado operacional e econômico com esses ativos.

Planejamento

O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Sergio Caetano Leite, informou que o Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras ainda está sendo elaborado. O plano, que começou a ser revisado no início do ano, no momento, está em fase de discussão pela diretoria. “É um trabalho coletivo.” O planejamento inclui o período 2023/2027 e só será apresentado quando o processo for finalizado, o que pode ocorrer até o fim deste ano. Leite disse que ainda que não há informação nova sobre o plano 2024/2028 sendo compartilhada com o governo.

De acordo com Leite, a Petrobras está estudando oportunidades de negócios no Brasil e no exterior, embora ainda não haja nada fechado no momento. “Qualquer decisão sobre investimentos, capex (despesas de capital ou investimentos em bens de capitais) só será definida quando o plano estratégico estiver concluído”, acrescentou.

Fonte: EBC Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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