O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou neste domingo (12) que a narrativa disseminada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de que ele teria atuado para resgatar os brasileiros na Faixa de Gaza é uma “desinformação”.
Questionado sobre o suposto envolvimento de Bolsonaro com o resgate, Vieira disse em coletiva de imprensa neste domingo que todo o esforço para a retirada dos brasileiros de Gaza foi realizado pelo governo federal.
“Todo o esforço para a libertação dos brasileiros, desde o início, desde o dia 7 [de outubro], foi feito pelo governo do presidente Lula, por instrução dele e acompanhamento diário. Eu fui o interlocutor de todos os contatos com todos os governos envolvidos e foi isso que resultou na conclusão exitosa desse acordo entre todos os países envolvidos. Isso é o que eu posso dizer e isso é o que existe. Além disso, eu acho que é desinformação”, disse o ministro.
Questionado sobre um possível mal-estar entre o governo e o embaixador de Israel, Vieira disse apenas: “Não o conheço”.
Segundo o ministro, o Brasil contou com “boa vontade” dos governos do Egito e de Israel para a liberação dos brasileiros em Gaza. “Se não aconteceu antes, não foi só com o Brasil, foi com todos os outros países”, disse ele.
Durante a coletiva de imprensa, o ministro ressaltou que, mesmo após o resgate dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue envolvido com a guerra na Faixa de Gaza.
“A situação desses brasileiros está agora resolvida, mas a situação do conflito é gravíssima. O presidente Lula continua muito envolvido na solução da questão, ele tem falado constantemente com muitos chefes de Estado. É sua intenção voltar a tratar da questão no Conselho de Segurança da ONU a partir dessa semana, para que se possa chegar a uma cessação das hostilidades e à criação de uma pausa humanitária”, disse Vieira.
Segundo o ministro, o governo prepara “todo um esquema de recepção” para os palestinos familiares de brasileiros que também serão trazidos para o Brasil. Segundo ele, os refugiados terão abrigos para se hospedarem e contarão com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Social com a questão de documentação, carteira de trabalho e acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.