Prestes a se aposentar da magistratura, o desembargador Paulo da Cunha recepcionou os alunos do curso de direito da Faculdade Católica Rainha da Paz (FCARP) de Araputanga, na tarde desta quarta-feira (21.8). O grupo conheceu um pouco mais sobre a estrutura do Judiciário mato-grossense, por meio do projeto “Nosso Judiciário”. A ação foi criada em 2015, quando o magistrado era o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Em seu último ato como anfitrião do projeto, o desembargador destacou a importância de uma atuação ética e os dilemas da profissão.
“O que a sociedade mais clama é a conduta ética. Não se deixem contaminar! O valor monetário não pode sobrepor à ética. Em qualquer lugar, a regra da ética e a moral devem ser preservadas”, aconselhou o desembargador Paulo da Cunha, que irá se aposentar no dia 30 de agosto.
Após encerrar o ciclo de 22 anos no Ministério Público, o desembargador repete a marca e encerrará o ciclo no Poder Judiciário, com 22 anos de magistratura. Somados, são 44 anos de prestação de serviços ao Direito. Com a experiência, o desembargador recomendou que os futuros juristas mantivessem a humildade.
“Eu não nasci juiz, eu aprendi a ser juiz nesses 22 anos de casa, nos embates de ideias com os colegas. Compreendi que aprendia mais quando o meu voto era vencido do que quando era vencedor, pois nenhum juiz ganha ou perde uma causa. Ele precisa ser indiferente à causa, pois em cada processo há uma vida com sonhos”, orientou.
Aluna do sexto ano do direito, Ana Paula Belisário do Nascimento se emocionou ao ser indicada, por sua professora, para ser a ‘futura magistrada’ do Poder Judiciário de Mato Grosso. A estudante recebeu das mãos do desembargador Paulo da Cunha o glossário jurídico do TJMT.
“Nunca pensei na magistratura, mas agora, acho que irei rever meus planos”, disse a acadêmica de Direito, que se emocionou com a recepção do magistrado. “Este é um momento de muita emoção para mim, porque no trajeto do curso enfrentamos muitas dificuldades e momentos como esses nos dão a certeza de que estamos no caminho certo. É fundamental termos a oportunidade de encontrar pessoas que têm um histórico, experiência e foco, para dar segurança aos nossos objetivos”, avaliou Ana Paula Belisário.
Para a professora de constituição e práticas jurídicas da Faculdade Católica Rainha da Paz, Edina Soares da Silva, o projeto tem um impacto positivo na carreira dos estudantes que já participaram da ação.
“Nesses quase dez anos de projeto, vejo o quanto o sistema de justiça abriu as portas para a comunidade, para as faculdades, para a academia. Venho de uma faculdade pequena do interior do Estado e sei que, dificilmente, esses alunos teriam a oportunidade de conhecer o Poder Judiciário de Mato Grosso, da forma que pudemos conhecer agora. Projetos como esses permitem que os alunos possam sonhar e realizar esse sonho”.
Projeto ‘Nosso Judiciário’ – O projeto “Nosso Judiciário” é voltado para estudantes universitários, principalmente do curso de Direito, e aos alunos da rede estadual do ensino médio. A finalidade é aproximar a sociedade do Poder Judiciário.
Para os alunos universitários, o projeto recepciona os estudantes na sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Eles conhecem a estrutura física e o funcionamento da 2ª instância. Participam de sessão extraordinária administrativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e são acolhidos por um desembargador.
Iniciado em agosto de 2015, o projeto Nosso Judiciário já recepcionou 205 turmas de 43 faculdades. Já são 1.043 acadêmicos impactados pela ação.
#Paratodosverem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Foto 1: Des. Paulo da Cunha recepciona acadêmicos no espaço Memorial do Judiciário de MT. Ele é um homem de 77 anos, de cabelos brancos. Foto 2: A aluna Ana Paula concede entrevista à TV.Jus. Ela é uma mulher de cabelos escuros e usa um terno preto sobreposto a uma blusa de estampas geométricas. Ela sorri para a câmara. Foto 3: Imagem horizontal com um grupo de alunos alinhados. Ao centro está o des. Paulo da Cunha.
Priscilla Silva / Foto: Alair Ribeiro
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Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT