Na noite de quarta-feira o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, criticou a insistência da União Europeia para que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participasse na cúpula do bloco com a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que havia terminado na véspera em Bruxelas. Em sua fala, Ortega chamou o ucraniano de “fascista e nazista”.
“Nesta reunião da União Europeia com a Celac, queriam incluir o fascista, o presidente nazista da Ucrânia, que ele estivesse lá, e depois apresentar uma declaração sem consenso sobre a Ucrânia”, disse Ortega.
Duranteum evento para marcar os 44 anos da revolução sandinista, Ortega repetiu a retórica russa para justificar a invasão à Ucrânia, chamando o regime de Zelensky — que é judeu — de “fascista” e “nazista”.
Ortega está no poder há 16 anos ininterruptos, sendo internacionalmente criticado por retrocessos democráticos no país que levaram à imposição de sanções americanas e europeias.
A guerra da Ucrânia foi um dos assuntos-chave da cúpula de Bruxelas. A grande insistência da União Europeia por uma condenação explícita à Rússia travou as negociações até o fim, esbarrando na resistência de países latino-americanos que adotam uma postura de neutralidade com Moscou porque mantêm fortes laços comerciais com o país.
O texto em que as nações dizem apoiar a “necessidade de uma paz justa e sustentável” trouxe, no final uma menção à invasão: “Expressamos profunda preocupação com a guerra atual contra a Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano e exacerba fragilidades existentes na economia global, impedindo o crescimento, aumentando a inflação, interrompendo cadeias de suprimento, aumento a insegurança energética e alimentar e elevando o risco de estabilidade financeira”.
No final da 10ª página, no entanto, aparece a ressalva nicaraguense: “esta declaração foi apoiada por todos os países, exceto um, devido suas desavenças com um parágrafo”. O país comandado por Ortega quase levou ao veto do texto final, visto que é necessário haver unanimidade para a assinatura.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.