A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), através da Câmara Setorial Temática da Ciência, Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade na Agricultura (CITS-Agro), realizou, na manhã desta segunda-feira (11), a oitava reunião. Hoje, a CST ouviu seis especialistas em inovações tecnológicas em diversas áreas à produção agropecuária mato-grossense.
O representante do escritório de Inovação Tecnológico da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Raoni Florentino da Silva Teixeira, apresentou um panorama das pesquisas em sustentabilidade que a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) está desenvolvendo nos municípios mato-grossenses.
Segundo Teixeira, a Instituição produz em média, anualmente, mais de 3,5 mil de artigos, capítulos e livros. Além disso, o pesquisador disse que a UFMT tem mais de 300 grupos de pesquisas em diversas áreas de conhecimento, espalhados por 45 núcleos de pesquisa e extensão.
“A UFMT tem essa característica de produzir tecnologias para um agro sustentável. Na Instituição, hoje, são 57 patentes voltadas, por exemplo, a setores industriais e fitoterápicos. Existem em andamento mais de 900 projetos direcionados a diversas áreas do conhecimento. A gente constrói a nossa pesquisa olhando para o Estado”, disse Teixeira.
O professor Alexandre dos Santos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), falou sobre o empreendedorismo cientifico aplicado ao agro pela Instituição federal. Ele disse que o IFMT possui 14 Campi e mais cinco campi avançados no território mato-grossense.
Nos últimos anos, segundo ele, a Instituição vem se adequando a realidade tecnológica para atender as expectivas da produção agropecuária em todo o Estado. “Isso se deu a partir do momento que os gestores passaram a aplicar essa política de fomentar o desenvolvimento de inovação, que já possui uma curva crescente e, com isso, já desenvolvemos 11 patentes, voltados ao setor produtivo de Mato Grosso”, disse Alexandre dos Santos.
Segundo ele, o IFMT está expandindo à criação de cursos em diversas áreas do conhecimento. Mas como a vocação de Mato Grosso é o agro, Alexandre dos Santos disse que, além de formador de pessoas capacitadas para o setor, está trabalhando para ser formador de tecnologia. “Mas precisamos ser mais que isso. Precisamos alcançar a sustentabilidade a longo prazo, gerando tecnologia voltada ao agro e, com isso, reverter esse trabalho em recursos financeiros que serão investidos na própria instituição”, explicou.
Em sua fala, o professor da Universidade Federal de Rondonópolis, Heinsten Frederich Leal dos Santos, disse que a Inteligência Artificial no agro é um caminho para sem volta e busca otimizar e melhorar o agro em Mato Grosso.
“A Inteligência Artificial vai possibilitar a realização de tarefas que é complexa às pessoas. Na agricultura, ela pode ser utilizada, por exemplo, para o monitoramento de culturas, previsões de safra, otimização de irrigação e colheita autônoma”, explicou Heinsten dos Santos.
As tecnologias e as inovações desenvolvidas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) para o agro foram destacadas pela professora Jussara de Araújo. Ela disse que existem na instituição de ensino cerca de 142 grupos de pesquisas e 31 cursos de pós-graduação espalhados pelo estado.
“O foco é desenvolver o agro de forma sustentável. Uma das tecnologias criadas pela Unemat foi para melhorar geneticamente a produção de maracujá. Hoje, a fruta é muito mais resistente a fungos e ao clima, com isso, o agricultor consegui produzir mais, na mesma área plantada”, disse Araújo.
O presidente da CST, José Esteves de Lacerda Filho, afirmou da possibilidade de a CST realizar o 1º encontro, em maio de 2024, para debater ciência e tecnologia para o agro. Para esse debate, de acordo com Lacerda, já foram mantidas conversas com o governador Mauro Mendes (União Brasil) e com o ministro da Agricultura, Carlos Favaro.
“Vamos ver se a gente consegui implantar em Mato Grosso um laboratório para servir como base de produção tecnológica e inovação para todo o Brasil. É preciso transformar a ciência e a tecnologia em realidade à produção de todo o estado”, disse Lacerda.
O próximo encontro da CST foi agendado para o dia 25, às 8 horas, na sala de reunião Sarita Baracat, 202. Nesse dia, segundo o relator, Ailton José Terezo, serão ouvidos representantes dos setores produtivos das associações e federações sobre suas ações para a agricultura de Mato Grosso.
O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) protocolou, nesta quarta-feira (16), um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para apurar o contrato e a atuação da Energisa, concessionária de energia elétrica no estado. O parlamentar aponta, no pedido, a necessidade de se investigar se a empresa está cumprindo o contrato firmado e também a qualidade do serviço oferecido a população.
De acordo com Faissal, a criação da CPI para investigar a atuação da Energisa é imprescindível, diante das graves deficiências constatadas na prestação do serviço, considerado essencial. O deputado explicou que a energia elétrica é um pilar para o desenvolvimento econômico e social, e é inadmissível que a distribuição por parte da concessionária continue sendo alvo de inúmeras reclamações por parte da população.
“É urgente apurar a real qualidade dos serviços prestados pela concessionária. Nos últimos anos, os consumidores têm enfrentado frequentes interrupções no fornecimento de energia, ocasionando transtornos que variam desde a interrupção da rotina das famílias até prejuízos significativos para os setores produtivos e industriais. Esse quadro evidencia uma gestão falha, incapaz de garantir um fornecimento contínuo e estável, como é exigido de um serviço de caráter essencial”, afirma Faissal, no pedido.
O deputado pontuou ainda que surgem sérias dúvidas quanto ao cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária, já que são previstas responsabilidades claras, incluindo a manutenção de um padrão mínimo de qualidade e o cumprimento de metas de desempenho. A continuidade dos problemas evidencia possíveis falhas no cumprimento dessas obrigações e a criação da CPI permitirá uma análise aprofundada desses contratos, verificando se a concessionária está de fato atendendo às exigências estipuladas ou se há necessidade de intervenções e correções imediatas.
“Outro ponto fundamental é a apuração dos investimentos realizados pela concessionária ao longo de todo o período de concessão em Mato Grosso. Embora a empresa tenha anunciado investimentos, eles não parecem resultar em melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados. É crucial verificar se os recursos destinados à modernização da rede elétrica e à ampliação da capacidade de fornecimento estão sendo aplicados de forma eficiente e transparente, especialmente considerando que o valor das tarifas deve refletir os investimentos efetivamente realizados pela concessionária”, completou.