A juíza auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso (CGJ-TJMT), Christiane da Costa Marques Neves, realizou visitas às casas transitórias e casas lares instaladas na comarca de Várzea Grande na quinta e sexta-feira (25 e 26 de janeiro). A ação faz parte das agendas do Programa Corregedoria Participativa que iniciou as atividades do ano de 2024 pelo município.
A magistrada tem entre suas atribuições acompanhar os trabalhos relacionados à Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja-MT) e mantém o contato com os profissionais que atendem diretamente as crianças e adolescentes que estão sob a tutela do Estado, e com os magistrados que atuam diretamente nas varas de família.
“Já visitamos várias comarcas pelo interior de Mato Grosso. Vimos diferentes realidades, culturas, e agora chegou a hora de fazermos essa visita institucional àqueles que estão ao nosso lado aqui na Comarca de Várzea Grande, eu, inclusive, sou magistrada da 2ª Vara de Família da comarca”, comentou.
Além de conversar com os profissionais, a magistrada atente os menores e ouve àqueles que têm o desejo de contar sobre a rotina da casa ou até mesmo questionar a respeito da magistratura. “Gosto de ouvi-los, saber como eles estão, se eles se alimentam bem, se estão com algum problema de saúde e os deixo à vontade para que façam questionamentos. É importante que eles saibam que não estão sozinhos e que há pessoas olhando por eles”, disse a magistrada.
Para a subsecretária de Assistência Social, Daniela Barone, que acompanhou as visitas da magistrada, essa interação é importante e sadia. “Essa troca é muito bem-vinda. Estamos à disposição para que em conjunto possamos fazer o melhor por estes menores. É preciso reforçar que tem gente aqui pensando neles, que eles não são mais um número e nos preocupamos com eles. Muitos chegam aqui com histórias pesadas, difíceis, queremos que eles se sintam acolhidos”, declarou.
Na sexta-feira (26) foi a vez do Projeto Vida que abriga crianças e jovens de 0 a 17 anos e 11 meses em Várzea Grande. O projeto mantém quatro Casas Lares e visa à integração social e segurança dos menores que aguardam uma nova família ou o retorno aos seus lares. Esses locais oferecem uma rotina para os acolhidos e mantém um estrutura de uma casa convencional, com quartos, sala, cozinha, banheiros e quintal para realizar atividades extracurriculares ou de lazer.
“Eu gosto daqui, das amizades que fiz, mas desejo encontrar uma família. Enquanto isso não ocorre, eu estudo, componho. Sei tocar violão. Hoje eu também arrumei todo esse espaço com meus sapatos e bolsas”, mostrou Isis, visivelmente orgulhosa do trabalho que realizou pouco antes da chegada da comitiva. Ela está no Projeto Busca Ativa: uma família para amar (saiba mais clicando neste link) que prioriza a convivência familiar e busca inserir crianças em famílias adotivas o mais rapidamente possível.
Já as irmãs Ana* e Luísa* soltaram a voz e puxaram um coro durante a visita da equipe a casa das meninas. As menores contam que aprenderam no culto as canções escolhidas. “Foi uma apresentação linda, tanto aqui, quanto na casa dos meninos. Todos são muitos talentosos. Quem sabe a gente consiga voluntários para ministrarem aulas de canto e instrumentos para esses jovens talentos”, comentou a magistrada.
Nessas casas há profissionais que ficam diuturnamente com os menores e são popularmente chamadas de “mães sociais”. Além delas, há assistentes sociais, psicólogas, terapeutas e alguns voluntários que se dispõem a levar entretenimento ou uma palavra de carinho aos abrigados.
A assistente social do Projeto Vida Nova, Aparecida Gomes Torres, destaca o quão importante é esse acolhimento da sociedade. Ela chegou à unidade aos 10 anos de idade e seguiu até completar a maior idade. “Fiz faculdade de Serviço Social e agora estou como gerente da instituição. Eu já estive dos dois lados e tenho uma visão um pouco diferenciada, pois experimentei o que essas crianças experimentaram, já senti o que eles sentem, eu já vivenciei tudo isso. Contribuo para que a equipe técnica tenha um olhar mais humano, com respeito ao que esses menores sentem”, explicou.
Várzea Grande possui aproximadamente 25 menores acolhidos nessas instituições. Para mais informações sobre adoção ou como apadrinhar os menores com aulas ou recursos acesse o site: https://ceja.tjmt.jus.br/ ou a página no Instagram @cejatjmt .
*Nomes fictícios usados para preservar as identidades das crianças que não estão aptas à adoção
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativos para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual. Imagem 1: foto vertical colorida. Juíza auxiliar Christiane da Costa Marques, subsecretaria de Assistência Social do Município, Daniele Barone, assistentes sociais e assessores posam em frente à casa transitória para meninos em Várzea Grande. Todos estão em pé. A casa é branca e verde e aparece ao fundo. Imagem 2: Montagem com fotos coloridas. Na primeira imagem, Isis mostra orgulhosa a organização dos sapatos. Na imagem do meio, meninos brincam com bolinhas de plástico coloridas. Na última imagem, a magistrada abraça um bebê. Imagem 3: Montagem com fotos coloridas. Na primeira foto está a gerente do Projeto Vida Nova, Aparecida Gomes Torres. Na segunda foto, meninas conversam com a magistrada.
Gabriele Schimanoski/Fotos: Ednilson Aguiar
Assessoria de Imprensa da CGJ-TJMT
Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT