Nesta segunda-feira (11), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, fez seus comentários durante a cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP28. Segundo ela, o relatório que está sendo produzido pautado nas discussões do encontro precisa adotar uma linguagem “clara e forte” sobre o uso de combustíveis fósseis.
Marina diss: “A métrica do sucesso da COP depende da linguagem em relação aos combustíveis fósseis. É preciso uma linguagem clara em relação a essa questão para viabilizar os meios para a adoção de energias renováveis e os meios para tirar o pé do acelerador dos combustíveis fósseis”.
Dentre os principais responsáveis pela emissão de gases poluentes, que agravam o efeito estufa, levando ao aquecimento global, estão o carvão mineral, gás e petróleo.
A tese de que os países precisam abandonar o uso de combustíveis fósseis, ou ao menos diminuir o uso, é altamente defendido por uma parte da sociedade civil e por alguns países participantes da COP28. O Brasil, no entanto, defende uma diminuição do uso de tais combustíveis em breve, sendo necessário que os países mais ricos iniciem a adoção de tais políticas.
A ideia brasileira visa permitir que os países em desenvolvimento — incluindo o Brasil — possam continuar explorando e usando o petróleo por mais um tempo. Isso porque os países mais ricos possuem um histórico de maior emissão de gases poluentes e por terem mais recursos financeiros e tecnológicos para uma transição energética. “Os países desenvolvidos precisam liderar essa corrida”, disse Marina.
Entretanto, o documento que está sendo escrito pela COP28 traz diversas opções para a redução da emissão de gases poluentes, mas não para chegar a uma “eliminação gradual” dos combustíveis fósseis.
Marina Silva ressalta ainda que são importantes para o sucesso da COP que a agenda de adaptação e as ambições para a mitigação tenham um progresso.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, as discussões trazidas no texto são “um retrocesso ao que vem sendo debatido até agora”, tendo como comparação os rascunhos anteriores. “Antes a gente tinha menções claras ou pelo menos propostas de menções claras ao phase out de combustíveis fósseis. Algumas com certa linguagem mais explícita, outras mais conservadoras. Essa linguagem existia e essa linguagem saiu do texto”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.