Nesta quinta-feira (30), acontece nos Emirados Árabes Unidos a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), com o intuito de reunir os líderes mundias para discutir as questões climáticas. Entretanto, documentos vazados mostram que o país anfitrião planeja reuniões com governo para promover acordos com as empresas nacionais de petróleo e gás. A informação foi divulgada pelo jornal The Guardian.
O encontro mundial será dirigido pelo Sultão Al Jaber, que é o presidente-executivo da empresa petrolífera nacional Adnoc e o enviado climático dos Emirados Árabes Unidos. A posição dupla de Al Jaber é criticada pelo conflito de interesses que ela gera.
O jornal britânico já havia informado que os campos estatais de petróleo e gás nos Emirados Árabes queimavam gás diariamente, mesmo com a promessa há 20 anos de uma política de queima zero na rotina.
Os documentos vazados foram obtidos pela Center for Climate Reporting (CCR), e mostram documentos informativos preparados pela equipe que coordena a COP28 antes das reuniões bilaterais com 27 líderes mundias. Esses preparativos são feitos como parte do processo diplomático com os governantes. Entretanto, no briefing, além dos assuntos relacionados às negociações climáticas, a equipe acrescentou nos “pontos de discussão” e “perguntas” sobre a Adnoc e a Masdar — empresa de energia sustentável, também presidida por Al Jaber.
A BBC informou que o briefing inclui nos pontos de discussão 15 países que a Adnoc pretende trabalhar na extração de petróleo e gás. Alguns exemplos são a China, Moçambique, Canadá e Austrália, dizendo que a empresa está “disposta a avaliar conjuntamente as oportunidades internacionais de GNL [gás natural liquefeito]”. Outro exemplo é a Colômbia, onde a Adnoc diz “estar pronta” para ajudar no desenvolvimento das reservas de petróleo e gás.
Vale ressaltar que os cientistas afirmam que o mundo já possui planos para uma queima de petróleo e gás natural maior do que é segura, reforçando que não se deve fazer nenhum novo projeto de exploração de combustível fóssil.
Ao CCR, doze nações disseram que não falaram de acordos nas reuniões bilaterais ou que sequer elas ocorreram. Outras doze não comentaram sobre a questão.
Um porta-voz da equipe da COP28 disse: “Os documentos mencionados são imprecisos e não foram utilizados pela Cop28 nas reuniões”. Ele completa: “As reuniões privadas são privadas e não comentamos sobre elas”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.