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BRASIL

Consórcio com ICMBio produzirá 5 mil genomas para preservar espécies

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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Tecnológico Vale (ITV) deram início ao projeto Genômica da Biodiversidade Brasileira, que deverá usar a genética em benefício da preservação de espécies da flora e da fauna brasileiras. O projeto, que ganha destaque pela envergadura, terá duração de cinco anos e tem como meta produzir, na primeira etapa, 5 mil genomas, com prioridade para espécies que estejam sob maior risco ou que já tenham sido incluídas em planos nacionais de conservação.

O sequenciamento genético é uma técnica de biologia molecular que permite a identificação de bases nitrogenadas do material genético. Quando especialistas têm em mãos dados genômicos, podem usá-los para antever ameaças e realizar monitoramento de espécies, ao longo do tempo e em diferentes locais. No caso de seres humanos, o sequenciamento do DNA tem proporcionado, por exemplo, a aplicação de conhecimentos à produção de medicamentos, entre outras finalidades.

Para levar adiante a primeira fase, foram formados um comitê de gestão, com responsabilidade compartilhada entre o ICMBio e o ITV e cinco profissionais, cuja função será coordenar o plano de trabalho, e um grupo de trabalho. Ao todo, serão 20 pesquisadores do ITV e mais de 30 especialistas da rede de pesquisa e conservação do ICMBio, além de analistas das unidades de conservação federal. Após a primeira reunião, realizada na última semana de setembro, cada entidade de pesquisa ficou encarregada de pensar em parceiros acadêmicos para indicar.

Como ponto de partida, a equipe definiu uma lista de 80 espécies que terão seu sequenciamento genético feito com um detalhamento maior, ou seja, que irão fornecer os genomas de referência e que exigem, portanto, mais tempo e dinheiro. Os integrantes do projeto dispõem de US$ 25 milhões para desenvolver as ações.

Coordenador do projeto pelo lado do ITV, o pesquisador Alexandre Aleixo salienta que fazer sequenciamento no Brasil custa três vezes mais caro do que em países do Hemisfério Norte.

Em uma apresentação feita a jornalistas, no início deste mês, Aleixo exibiu, para ilustrar a amplitude e o nível de ambição do projeto, um quadro que apontava os Estados Unidos, a China, o Reino Unido, a Noruega e a Alemanha como os países que mais armazenam dados sobre genomas de invertebrados já sequenciados. Também figura na listagem um consórcio internacional, que ocupa o segundo lugar, com 109 genomas já montados, atrás dos Estados Unidos, que soma 200.

Aleixo comenta que, desde o princípio, a iniciativa foi pensada na forma de parceria com o ICMBio, pelo papel que a entidade desempenha. “É muito provável que o ICMBio traga, ao longo do projeto, mais demandas de genomas de referência. Por isso, ainda não é possível precisar quantos serão os genomas de referência”, esclarece o pesquisador, que lidera o grupo de genômica ambiental no ITV e classificou o projeto como a concretização de “um grande sonho”.

A analista ambiental Amely Branquinho Martins, uma das figuras que respondem pelo projeto, em nome do ICMBio, disse à Agência Brasil, que uma das satisfações que os colegas de trabalho tiveram foi perceber que o instituto já vem andando na linha da proposta e que dispunha, quando questionado, de levantamentos bem encaminhados, que os orientaram no âmbito do projeto. “A surpresa foi quanto à capacidade de identificar um número bem grande de projetos que o instituto teve. Só para genomas de referência, o ICMBio indicou 278 espécies que poderiam ser alvo de ação imediata”, relatou à reportagem, em entrevista.

De acordo com Amely, foram destacadas espécies mais conhecidas, como onças, cachorro-vinagre, muriqui e macaco-aranha, e outras não tão conhecidas. “Um dos projetos que devemos alavancar, possivelmente, é relativo a um roedor, um ratinho que é endêmico do Brasil. O nome dele é Juscelinomys, não é encontrado desde a década de 1960 e foi registrado quando Brasília foi construída. Foi coletado um único exemplar e nunca mais foi encontrado. Aí, a gente não sabe se a espécie foi extinta ou se a gente não conseguiu encontrar. A ideia é que, com esse projeto, se consiga criar marcadores moleculares e procurar essa espécie, por meio de amostras de solo, água e ar, para definir se foi extinta ou se ainda se consegue encontrá-la, para preservá-la.”

O projeto de pesquisa pode assumir também a missão de explorar novas espécies, como as que vivem nas cavernas do Brasil, que, segundo a analista, são deixadas de lado. “A gente sequer conhece a diversidade de espécies que existem nas cavernas do país. O projeto pode, portanto, ajudar a gente a conhecer a riqueza que tem.”

“Outros exemplos são os os rivulídeos, que as pessoas conhecem como peixes das nuvens. Existem espécies ameaçadas de rivulídeos. Na Bacia do Rio São Francisco, a gente precisa construir uma população de segurança em cativeiro, porque está sob alto risco de extinção. Precisa conhecer a diversidade genética para salvaguardar, se a gente tiver o manejo em cativeiro, visando à conservação da espécie em vida livre”, disse Amely. Para ela, também devem merecer atenção do projeto os invertebrados, como abelhas, borboletas frutíferas e outros insetos polinizadores com importância para processos de reflorestamento, anfíbios e répteis.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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