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MATO GROSSO

Conselho estuda ampliação do período da piracema em MT

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Para avaliar se o período de defeso da piracema em Mato Grosso deve ser alterado, o Conselho Estadual de Pesca (Cepesca) inicia neste mês o monitoramento das três bacias hidrográficas do Estado: Paraguai, Araguaia-Tocantins e Amazônica. O estudo será realizado em atendimento à Notificação Recomendatória do Ministério Público Estadual (MPE) n° 01, de 12 de janeiro de 2015, que pede a ampliação do período de quatro para quase seis meses, ou seja, de outubro a março.

De acordo com a secretária executiva do Cepesca, Gabriela Priante, o MPE solicitou que a alteração do período tivesse acontecido já no ano passado, mas, em razão da discussão com os setores que utilizam o recurso pesqueiro, como o de hotelaria e turismo, e os pescadores profissionais, por exemplo, ficou decidido que o período de defeso iniciaria em novembro e encerraria no último dia de fevereiro, como vinha ocorrendo ao longo dos anos. “Muitos empresários já tinham vendido pacotes para o mês de outubro de 2015 e a mudança iria pegar todos de surpresa”.

Ela acrescenta que, além disso, não havia como assegurar que a União pagasse o benefício do seguro de defeso aos pescadores profissionais, uma vez que não tinha sido realizada nenhuma articulação para esta alteração, por isso ficou acordado que havia necessidade de se realizar o monitoramento dos peixes para obter dados científicos atualizados de todas as regiões de Mato Grosso. “Em posse destes dados, voltaríamos a discutir essa questão neste ano no Conselho Pleno do Cepesca”.

O assessor especial do meio ambiente do MPE, Francisco de Arruda Machado, especialista em peixe de água doce, entende que a mudança deve ser feita ainda em 2016. Segundo ele, estudos realizados recentemente apontam que a fase de reprodução dos peixes, na verdade, inicia em outubro e não novembro, quando começa a piracema. “As pesquisas também mostram que a desova deles não termina em fevereiro e sim em março, por isso estamos cobrando que a proibição para pesca além de ser antecipada, seja também prorrogada”.

Para resolver esse impasse, o Cepesca informou durante uma reunião do conselho, ocorrida em 26 de fevereiro, que antes de tomar qualquer decisão será preciso fazer pesquisas para avaliar a necessidade da mudança. “Alguns peixes, principalmente os de escama, já estão em processo de reprodução em outubro, isso está claro. Agora o que precisamos saber é se esse período segue até fevereiro ou março, neste caso, para os peixes de couro, e com novos estudos teremos uma base científica para a ampliação ou não do período de defeso”, acrescenta Gabriela.

Conforme o cronograma de pesquisa do Cepesca, os rios serão monitorados por dois anos. O resultado final das atividades de monitoramento dos peixes ficará pronto apenas em 2018. Enquanto os estudos estão sendo realizados, a secretária executiva esclarece que o conselho fará novos encontros para discutir com os setores que utilizam o recurso pesqueiro se a mudança começa este ano ou não. “Temos que levar em consideração vários aspectos porque essa decisão implicará não só na questão ambiental, como na social e econômica do Estado e da União”.

A decisão final deverá ser passada para a União, já que o seguro defeso é um recurso federal pago aos pescadores profissionais que precisam paralisar suas atividades durante a piracema. “Não queremos causar uma desordem social, para isso é imprescindível saber se a União terá condição de pagar dois meses a mais de seguro”.

Sobre a pesquisa

A execução do projeto de monitoramento dos peixes contará com o apoio das 18 entidades que compõem o Cepesca: as secretarias estaduais de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Econômico; Conselho Estadual do Meio Ambiente; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura; Universidade Federal de Mato Grosso; a Universidade Estadual de Mato Grosso; MPE; um representante das colônias de pescadores de cada uma das três bacias hidrográficas; um representante do setor empresarial de turismo de pesca de cada uma das três bacias hidrográficas e três representantes de organizações ambientalistas.

Conforme Gabriela, a Unemat se prontificou a monitorar os peixes da bacia do Paraguai e uma parte da bacia Amazônica, enquanto a Sema, por meio do setor da Fauna e Recursos Pesqueiros, realizará pesquisas na outra parte da bacia Amazônica. O biólogo e representante da colônia de pescadores Z9, localizada no município de Confresa, Francisco de Assis Ribeiro, acompanhará a região da bacia Araguaia-Tocantins. Já o Ibama disponibilizará carro e técnico e os representantes do setor de turismo de pesca das três bacias auxiliarão a pesquisa oferecendo apoio logístico durante as atividades em campo. “O Estado não tem orçamento suficiente para realizar sozinho esse trabalho, por isso contamos com o apoio de cada entidade para a efetivação da pesquisa”.

Fonte: Governo MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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