O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse ao Conselho de Segurança da ONU que, sob a lei internacional humanitária, Israel, com seu poder de ocupação, tem “obrigação legal e moral” de proteger a população de Gaza.
“Recentes eventos em Gaza são particularmente preocupantes, incluindo a chamada ordem de evacuação, que está levando a um nível sem precedentes de sofrimento para pessoas inocentes”, disse.
Ele acrescentou que a ajuda chegando a Gaza pela passagem de Rafah, com o Egito, é “insuficiente” para as necessidades dos civis do enclave, com falta de energia e água afetando também profissionais da saúde.
No encontro, Palestina pediu paz, Israel chamou o Hamas de “os novos nazistas”, e os Estados Unidos falaram em uma pausa humanitária no conflito.
Israel e Palestina
Também durante a reunião do Conselho de Segurança, o ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad al Maliki, disse que a comunidade internacional têm o dever e a obrigação de salvar vidas.
Ele enfatizou que apenas “a lei internacional e a paz” devem receber apoio incondicional dos países: “Mais injustiça e mais mortes não farão de Israel mais seguro”.
“Nenhuma quantidade de armas, nenhuma aliança vai levar segurança. Só a paz com a Palestina e seu povo. O destino do povo palestino não pode continuar sendo remoção, negação direitos, morte. Nossa liberdade é a condição para compartilhar paz e segurança”, declarou.
Do outro lado, o chanceler de Israel, Eli Cohen, mostrou na reunião uma imagem dos reféns do Hamas e disse que a situação dos prisioneiros “é um pesadelo em vida”.
“O Hamas são os novos nazistas”, declarou, pedindo acesso imediato aos reféns e soltura incondicional, com mediação do Catar. Ele disse ainda que “a Europa será a próxima atingida pelo Hamas” e que “Israel vencerá a guerra”.
“O mundo deve decidir de que lado ficar: com a civilização ou com a barbárie e o mal do Hamas”, disse.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse aos embaixadores da ONU que dentre as mais de 1,4 mil pessoas mortas pelo Hamas desde 7 de outubro, havia cidadãos de mais de 30 Estados-membros das Nações Unidas, incluindo americanos.
Segundo ele, o Hamas não representa os palestinos e os civis não devem ser culpados pela “carnificina”: “Devem ser protegidos. Hamas deve deixar de usá-los como escudos humanos”.
Para Blinken, Israel deve tomar todas as precauções para proteger civis. Água, comida, remédios e ajuda humanitária devem chegar a Gaza. Ele também pediu que uma pausa humanitária seja considerada.