O Conselho de segurança da ONU aprovou a primeira resolução que pede uma pausa humanitária na guerra de Israel contra o Hamas. O texto inicial partiu da iniciativa de Malta, nação que fica no Mar Mediterrâneo, e versava, inicialmente, sobre a proteção às crianças em Gaza.
Três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU se abstiveram de votar: os Estados Unidos, o Reino Unido e a Rússia. Quatro projetos do tipo foram rejeitados até a aprovação.
A resolução foi aprovada por doze países, lembrando que o Conselho de Segurança da ONU é formado por cinco membros permanentes – além dos citados acima, há a França e a China – e outros dez que assumem mandatos de dois anos. Atualmente, o Brasil é membro rotativo do Conselho e, como era esperado, votou a favor da medida.
O documento pede por “pausa humanitária urgente e estendida e também corredores pela faixa de Gaza que duram tempo suficiente para acesso humanitário rápido, completo e seguro”.
Além disso, pede que sejam obedecidas as leis internacionais, principalmente a proteção de civis, especialmente crianças, e também a libertação imediata e incondicional dos reféns feitos pelo Hamas, uma reinvidicação de Israel para promover um cessar-fogo breve .
Na prática, uma resolução do Conselho de Segurança é algo que deve ser adotado por todos os países membros da ONU, no entanto, o histórico de Israel aponta que, ao longo das décadas, o país coleciona casos de desobediência a esse tipo de acordo.
O embaixador da China e atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, Zhang Jun, ratificou o acordo e lamentou que o órgão deveria ter adotado uma solução mais robusta há muito tempo. Ele fez um apelo para que Israel suspenda as hostilidades e restaure acesso a suprimentos básicos.
O governo brasileiro considera que a resolução deveria ter sido aprovada há semanas atrás, uma vez que o conflito começou no dia 07 de outubro, após os ataques terroristas contra Israel, e a escalada até uma guerra aberta em Gaza não tardou, opinião compartilhada pela Suíça e outros países.
Como justificativa para a sua abstenção, o Reino Unido afirmou que o documento não condena as ações do Hamas com a ênfase esperada. Barbara Woodward, embaixadora e representante permanente da Grã-Bretanha, afirmou que muitas crianças estão perdendo suas vidas e que é certo para o Conselho ordenar uma pausa longa suficiente para enviar auxílio que podem salvar vidas para aqueles que necessitam dele. “Isso salvará vidas. Nós precisamos de um esforço coletivo para conseguir levar o auxílio”. Mas o empecilho foi o texto.
O mesmo ponto foi uma justificativa para os Estados Unidos fazerem o mesmo. No entanto, a abstenção não implica em veto, o que permitiu a aprovação da resolução.
Por sua vez, a Rússia também questionou a resolução. O embaixador do país na ONU, Vasily Nebenzya, afirmou que a principal razão para a abstenção é “a falta de uma determinação imediata por um cessar-fogo. Isso era e continua a ser o imperativo. Qualquer ação humanitária requer uma parada imediata dos combates”, a despeito do país estar em guerra contra a Ucrânia, nação que foi invadida pelos russos em 2014 e, até agora, ainda em conflito.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.