O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), o relatório que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSol-RJ). A decisão veio após uma sessão de discussões que durou cerca de uma hora, no Plenário 13 da Casa.
O processo contra o parlamentar foi iniciado em abril deste ano, após Glauber agredir fisicamente o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), durante um conflito na Câmara.
A denúncia foi movida pelo partido Novo, que solicitou a cassação do mandato de Braga por meio da Representação 5/24. O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), manifestou apoio à continuidade do processo, afirmando que “a gravidade da agressão justifica a adoção de medidas mais rígidas”.
A sessão foi marcada pela presença de dezenas de manifestantes que carregavam placas com a mensagem “Glauber Fica”, em apoio ao deputado. Em sua defesa, Glauber Braga afirmou que seguirá na luta política. “Vou continuar denunciando abusos como esse, e seguirei firme na defesa dos direitos que o nosso mandato representa”, declarou o parlamentar.
Apesar da aprovação do relatório, nem todos os deputados presentes concordaram com a medida extrema. O deputado Luiz Lima (PL-RJ) divergiu da orientação de seu partido e declarou que a cassação era uma punição desproporcional.
“Houve um desvio de conduta, mas a cassação é um ponto extremo. Sou a favor de uma punição ao deputado, mas essa medida é exagerada”, afirmou.
O nome do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi citado diversas vezes durante a sessão, sendo apontado como um dos responsáveis por articular o pedido de cassação de Glauber Braga. Entre os presentes na sessão estavam os deputados Alexandre Leite (União-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Kim Kataguiri (União-SP) e Leur Lomanto Júnior (União-BA), que presidiu a reunião.
O conflito entre Braga e Costenaro aconteceu após o militante do MBL acusar a mãe do deputado, ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), de ser “corrupta”. Em resposta às provocações, o parlamentar acabou se exaltando e agrediu Costenaro. “Não me orgulho do que fiz, mas também não me arrependo”, declarou Glauber sobre o episódio.
Agora, Glauber Braga tem um prazo de até 10 dias para apresentar sua defesa formal. Ele também poderá reunir provas e indicar até oito testemunhas para contestar a decisão. O processo pode se estender por até 50 dias até que seja concluído.