O Corpo Musical da Polícia Militar de Mato Grosso reuniu mais de 2 mil pessoas no concerto gospel em comemoração aos 131 anos da unidade, realizado na noite desse sábado (04.08), na Igreja Presbiteriana Central de Cuiabá. O evento arrecadou leite em pó e fraldas para doação.
Em 2 horas de apresentação, o espetáculo trouxe grandes clássicos da música gospel e temáticas religiosas, com participações especiais de cantores regionais, entre elas a cantora cuiabana Seleucia dos Anjos, de 27 anos, uma das convidadas especiais do show.
A artista que canta desde os 15 anos destacou que a importância do evento realizado pela Polícia Militar que possibilitou encontros e parcerias para toda a família.
“Já é a quinta vez que faço uma participação com o Corpo Musical e recebo com muita alegria esses convites, porque é um grupo maravilhoso, com instrumentistas capacitados e estar aqui presente celebrando esses 131 anos é uma honra muito grande, pois esse é o caminho certo, reunir a família com a Polícia Militar que luta pela segurança da nossa família”, pontuou a artista.
O concerto também contou com a participação do grupo UFMT em Cordas, formado por alunos da Universidade Federal de Mato Grosso; dos grupos Canto Vocal e Valores Vocal, da Igreja Adventista do Sétimo Dia; do coral Canto e Encanto das alunas da Escola em Tempo Ampliado de Várzea Grande; dos cantores Bruno Cerqueira, Seleucia dos Anjos e da primeira-tenente da PM Jeandra Nascimento Pinheiro.
O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, esteve presente no evento e agradeceu o público presente para prestigiar o aniversário do Corpo Musical.
“Estamos completando 131 anos e o presente é nosso, com esse espetáculo maravilhoso para todos nós, proporcionando essa integração entre nossos policiais militares e seus parceiros. Quero agradecer a presença de vocês com as doações, que serão de grande proveito para a associação que estamos ajudando”, destacou o coronel Mendes.
A apresentação emocionou o público do início ao fim. “Soube do concerto através da minha congregação e fui contemplada com este grande espetáculo. É uma grande benção para todos nós presentes, pois onde é falada a palavra de Deus é onde eu quero estar”, afirmou a dona de casa Valquíria Santos.
Além de celebrar o aniversário do Corpo Musical, o evento ainda arrecadou fraldes e leite em pó para a Associação Quero Viver, uma entidade não governamental que acolhe e acompanha mulheres grávidas em situação de vulnerabilidade social.
A presidente da associação, Rute Oliveira, agradeceu a parceria com a Polícia Militar e o engajamento do público nas doações concedidas. “Nosso projeto já tem cinco anos, e essas mães têm conosco um acolhimento social e psicológico. Acompanhamos essas mulheres desde a gestação até o primeiro ano do bebê. Ficamos honrados com o convite para a parceria e vimos como a Polícia Militar cuida da segurança e também do nosso bem estar social”, enfatizou a presidente.
Importância histórica
Criado em 1892, em 2016 o grupo foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado de Mato Grosso, por meio da lei nº 10.414 de 26 de julho de 2016. O Corpo Musical da PM é composto por músicos que dominam diversos instrumentos de sopro e percussão, valorizando a cultura mato-grossense, promovendo a aproximação entre a sociedade e a corporação.
Também estiveram presentes no evento o deputado federal por Mato Grosso Abílio Brunini; o apresentador Agnelo Corbelino; a comandante-geral adjunta da PMMT, coronel Francyanne Siqueira Chaves; o subchefe de Estado Maior-Geral da PMMT, coronel Wilker Soares Sodré; o corregedor-geral da PMMT, coronel Fábio de Souza Andrade; o diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa, coronel Januário Batista, entre outras autoridades militares.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.